Todas as crianças são diferentes. Todas têm um núcleo familiar, uma experiência de vida e um grau de desenvolvimento em inúmeros parâmetros que variam, uns mais outros menos.
Em todos os casos, em todas as crianças bem ou mal comportadas, a escola é o local onde todas essas personalidades se encontram, se juntam numa turma e onde muitas das vezes o mau comportamento acontece.
Perceber se existe algum problema
Antes de tudo é importante descortinar se a criança sofre de algum défice relacionado com a aprendizagem. Uma dislexia, uma discalculia, um défice de atenção ou a perturbação de hiperatividade e défice de atenção podem contribuir para que a criança desmotive em certas disciplinas, ou se distraia mais facilmente.
Uma avaliação por parte de um profissional pode ser relevante nestes casos, se tanto pais como professores notem algo de incomum.
Comum é sim a preocupação de grande parte os pais com o mau comportamento do seu filho. E bem.
Quando falamos de mau comportamento, não o devemos aplicar apenas à criança, mas também a todas as crianças que a cercam, até porque a intimidação e o bullying são uma realidade e é importante estar atento. A própria manifestação em aula de um mau comportamento pode estar relacionada com os grupos e a relação com os pares.
O mau comportamento foca-se em grande parte na falta de disciplina.
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Essa disciplina vem das regras que devem ser aplicadas consistentemente e de maneira a que a criança as compreenda nitidamente.
Se ela tem dificuldades em perceber as diferenças entre o bem e o mal, muito provavelmente não terá consciência do comportamento que é esperado pelos adultos.
Diálogo é a palavra chave
Esse é o primeiro passo e talvez o mais importante: dialogar.
Falar com a criança é essencial, acima de tudo para tentar perceber o que se passa e o porquê daquele comportamento estar a acontecer.
Isto contribui também para colmatar outro défice: a falta de atenção.
Com vidas sobrecarregadas, os pais e restantes familiares muitas das vezes descuram a atenção, principalmente na vertente emocional que as crianças tanto precisam. A atenção não deve ser apenas sobre as notas, o jogo ou a ida aos avós no fim de semana, mas também no que a criança sente.
Muitas delas, por terem esse défice, pedem atenção da maneira que acham mais eficaz, neste caso portando-me mal na escola.
Uma birra faz com que automaticamente toda gente olhe para a criança. Se é atenção que ela precisa, é importante que ela perceba que não a deve procurar com esse tipo de comportamento.
Conhecer os limites
Impor limites é essencial nestes casos e acima de tudo não os quebrar, cedendo.
Durante todas as fases da vida, todos nós somos expostos a figuras de autoridade. São elas que nos colocam limites, mas ao mesmo tempo são elas que proporcionam segurança em determinada área. Na escola a figura de autoridade é o Professor, em casa os Pais.
Os limites são impostos com o objectivo da integração, do cumprir metas específicas e expectativas.
Colocar limites à criança implica assim bom senso e rectidão.
Bom senso porque o castigo tem que ser justo mediante o mau comportamento: Se a criança agrediu um aluno e ficou sem o brinquedo preferido, essa ação tem que ser explicada e compreendida.
Com rectidão porque se o castigo é alvo de recuo, muito provavelmente não surtirá grande efeito no comportamento futuro.
Se os pais retiram o brinquedo preferido durante uma semana explicando que foi por causa do mau comportamento, mas passado um dia o devolvem, a criança pode interpretar essa ação de maneira mais leviana do que é suposto.
A educação e o desenvolvimento devem ser praticados com a maior regularidade possível.
É nessas ações, repetidas durante o tempo, que se vão ajustando e corrigindo comportamentos, sempre que possível e quando possível.
Todo o desenvolvimento passa por variações e por oscilações.
Estar ciente disso é importante, dialogando, colmatando défices e acima de tudo estando atento.