Vamos aprender lengalengas? De quantas ainda se lembra? Já ensinou alguma aos miúdos? Então é altura de começar. E para melhor iniciar, lengalengas pequenas vamos decorar.
Ou então, para quem já conhece uma ou duas, com estas pode aprender mais algumas. Será que já as sabem?
As lengalengas são uma forma divertida de treinar a memória e de desenvolver a linguagem. E para começar, não há melhor que com lengalengas. Porquê? Porque é uma cantilena, uma rima ou um texto curto, na qual se repetem determinadas palavras ou expressões que permitem que a mesma se memorize com facilidade.
As lengalengas não são de hoje; efetivamente, estão o connosco desde tempos que se perdem algures no baú do passado. Antes de serem postas para o papel, passaram de avô para filho e por aí fora. Provavelmente, por serem tão fáceis de memorizar pois fazem-nos repetir certas palavras, é que muitas chegaram até nós.
Há lengalengas pequenas, enquanto outras poderiam prolongar-se até ao infinito. Muitas permanecem bem vivas porque estão associadas a brincadeiras e jogos infantis.
Precisamente a pensar nos iniciantes, selecionámos lengalengas pequenas, pois além de curtinhas, são muito fáceis de memorizar. Contudo, à medida que vão aprendendo, os miúdos podem ser desafiados com algumas mais longas que selecionámos também. Essas encontram-se, pois, mais no final.
Vamos então deixar-nos de mais conversa e muito, muito depressa passar para o que interessa!
O meu chapéu
O meu chapéu tem três bicos,
Tem três bicos o meu chapéu.
Se não tivesse três bicos
O chapéu o chapéu não era meu.
A cara
Este queixo
Queixorreiro,
Esta boca comedeira,
Este nariz narizete,
Estes olhos de pisquete,
Esta testa de melão,
Estes cabelinhos de ouro,
Foge, rato, que te estouro.
Um, dois três, quatro
Um, dois, três, quatro
Quantos pêlos tem o gato
Acabado de nascer?
Um dois, três, quatro.
Serra Compadre
Serra compadre,
Serra comadre,
Serra gatinha
Da nossa vizinha.
Tu com a serra
E eu com a agulha
Ganhamos dinheiro
Como faúlha.
Esta burra torta trota
Esta burra torta trota
Trota, trota, a burra torta.
Trinca a murta, a murta brota
Brota a murta ao pé da porta.
O caracol
Meu caracol
Meu caracolinho
Anel de oiro
No dedo mindinho.
Meio-dia
Meio-dia batido
Panela ao lume
Barriga vazia
Macaco pintado
Vindo da Baía
Fazendo caretas
À dona Maria.
O tempo
O tempo pergunta ao tempo
Quanto tempo o tempo tem.
O tempo responde ao tempo
Que o tempo tem tanto tempo
Quanto tempo o tempo tem.
A galinha mais o pato
A galinha mais o pato
Fugiram do capoeiro.
Vai atrás a azinheira
Que lhe deu com o sapato
Um, dois, três, quatro.
A chover e a dar sol
A chover a a dar sol
Na cama do rouxinol.
O rouxinol está doente,
Bebe um copo de aguardente.
Era uma vez um gato maltês…
Era uma vez
um gato maltês.
Tocava piano
e falava francês.
A dona da casa
chamava-se Inês
e o número da porta
era o trinta e três.
Era muito bonito
e não era mau
também cantava
miau, miau, miau.
As refeições
Que é o almoço?
Cascas de tremoço.
Que é o jantar?
Bordas de alguidar.
Que é a ceia?
Morrões de candeia.
Que está?
-Que está na varanda?
-Uma fita cor de ganga.
-Que está na janela?
-Uma fita amarela.
-Que está no poço?
-Uma casca de tremoço.
-Que está na pia?
-Uma casca de melancia.
-Que está no telhado?
-Um gato pingado.
– Que está na chaminé?
-Uma preta a coçar o pé.
-Que está na rua?
-Uma espada nua.
-Que está atrás da porta?
-Uma velha morta.
-Que está no ninho?-Um passarinho.
Pico, Pico, maçarico
Pico, pico, maçarico,
Quem te deu tamanho bico?
Foi a vaca chocalheira,
Que põe ovos em manteiga
Para a filha do juiz,
Que está presa na cadeira
Pela ponta do nariz.
Sola, sapato
Sola, sapato
Rei, Rainha
Foi ao mar
Pescar sardinha
Para o filho
Do juiz
Que está preso
Pelo nariz
Salta a pulga
Na balança
Dá um pulo
Até á França
Os cavalos a correr
As meninas a aprender
Qual será a mais bonita
Que se vai esconder?
Rei, Capitão
Rei
Capitão
Soldado
Ladrão
Menina
Bonita
Do meu
Coração.
A criada lá de cima
A criada lá de cima
É feita de papelão,
Quando vai fazer a cama
Diz assim para o patrão:
Sete e sete são catorze,
Com mais sete vinte e um,Tenho sete namorados
E não gosto de nenhum.
Assim, assim, assim
Faz assim, assim, assim,
Levanta a mão e o pé,
Assim, assim, assim,
Faz como eu e o José.
Faz assim, assim, assim,
Abre a boca e pisca o olho,
Assim, assim, assim,
Ficas com cara de repolho.
Faz assim, assim, assim,
Peito para a frente, rabo para trás,
Assim, assim, assim,
Ficas com ar de capataz.
Faz assim, assim, assim,
Deitado de barriga pró chão,
Assim, assim, assim,
A parecer um grande preguição.
A cebola
A tola da cebola
Antes de cortada
Rola e rebola
Por tudo e por nada.
A tola da cebola
Depois de cortada
Não rola ou rebola
Senão prá salada.
A tola da cebola
Depois de comida
Ainda rola e rebola
No ar da barriga.
Bailarico
Baila o cão, baila o gato,
Baila o leão e o canguru,
Baila a meia, baila o sapato,
Bailo eu e bailas tu.
Baila o feijão, baila o mel,
Baila o pão e a mortadela,
Baila a fome, baila a sede,
Bailo eu e bailo com ela.
Baila o corpo, baila o coração,
Baila o cabelo e o peito,
Baila o pé, baila a mão,
Bailo eu e tu, sem defeito.