A maternidade é uma coisa extraordinária, mas vamos ao que convém, sem pai não haveria história da qual eu vos pudesse falar. E é o melhor pai do mundo que trago à colação.
O que o pai tem para oferecer ao meu filho eu nunca poderia dar.
O Lourenço nasceu e o João apresentou-se “Sabes quem eu sou? Eu sou o teu pai!”. O pequeno recém-nascido não podia entender o que lhe dizia aquele homem de barba por fazer e de olhos marcados pela noite mal dormida.
Na noite de dezembro não nasceu só o filho, nem só a mãe, nasceu também o pai.
Se a maternidade não me realiza como um monstro que engoli para mim, antes como uma forma de amor tão pura e dividida.
Assisto ao pai devorado pela lufa-lufa do dia-a-dia que chega a casa agarra o filho ao colo, atira-o ao ar, corre de gatas atrás dele, dá-lhe a papa e muda-lhe a fralda. Há uma expressão que o Lourenço guarda de todos e só usa para o pai e que, ao assistir, me eleva ao estado mais puro da felicidade.
O pai é o que morre de saudades do filho quando está longe e cai exausto quando regressa a casa. Que tem dois momentos de alegria ao dia, quando vê o filho e quando o filho se vai deitar.
O amor de um homem com barba rija e chefes exigentes, a quem o relógio demanda sempre mais horas, que o amor encontra minutos esquecidos.
O amor de mãe é como ar que o meu bebé precisa para respirar, os beijos do pai são as vitaminhas que o fazem mais forte.
O pai é a imprescindível defesa que joga à retaguarda!