O ano passado o Lourenço celebrou o Natal no meu regaço. Era recém nascido, tinha quinze dias, a Consoada foi uma noite especial. Agora o Lourenço, que já tem um ano (Palmas!!), nasceu em Dezembro, no mês que todos esperam o menino Jesus, no mês em que as casas se enchem de expectativa, de luzes e de cheiros de Natal.
Este tempo de Natal, é o tempo da expectativa, e a expectativa já concretiza o Natal em si. Complicado? Nem por isso!
O Natal começou quando montei a árvore, em família fizemos equilibrar um pinheirinho, enchemo-lo de enfeites, o Lourenço atirava as fitas e enrolava-se nelas, não podia contribuir com muito mais.
O Presépio está ao alcance do bebé que o derruba a cada passada perto dos tão apelativos embrulhos, mas não nos importamos, é Natal, ele não o conhece mas está a descobri-lo. Sei que a segunda Consoada do meu filho será especial, o Lourenço estará acordado, abrirá presentes e passará de colo em colo pela família que não perderá , com toda certeza, na época do ano dedicada ao amor sempre a nascer e a crescer, a oportunidade de o abraçar.
Para o Lourenço nunca será uma fatalidade comemorar o aniversário numa data tão próxima do Natal, provavelmente muitas vezes receberá um único presente em honra das duas ocasiões, mas mostrar-lhe-ei sempre que é um previlegiado por nascer numa época em que todos os corações estão livres e disponíveis para a partilha.
Porque a expectativa já é a concretização e sempre ele saberá que lá em dezembro, no frio, nasce o menino Jesus, e com ele se amolecem os corações, e o coração do Lourenço amolecer-se-á também quando recordar o que nunca o deixarei esquecer, que o bebé Lourenço, como o menino Jesus, é um presente destes dias gelados.
Quando, no fim deste Natal se apagarem as luzes, esperamos o próximo, e na expectativa e na certeza de que chegará, traremos os corações prontos para nos abraçarmos.