A Inteligência Emocional pode ser definida como a capacidade de reconhecer, compreender e gerir as nossas próprias emoções e sentimentos, bem como facilidade não só em reconhecê-las, como em compreendê-las em si e nos outros.
Quem o diz é Daniel Goleman, um psicólogo e escritor americano especialista em Inteligência Emocional. Segundo Goleman, a Inteligência Emocional é o que nos permite reconhecer variações emocionais mais subtis e utilizar as emoções para facilitar o próprio pensamento e raciocínio, seja através de expressões faciais ou do tom de voz, tem-se uma maior empatia para com aquilo que se sente e para com quem nos rodeia.
Como estimular a inteligência emocional?
Está comprovado que as crianças que desenvolvem a sua inteligência emocional desde cedo, têm maior capacidade para gerir as suas emoções internas, maior habilidade no relacionamento com os outros e maior motivação para concretizar objetivos a que se comprometem. Isto é, observa-se uma maior probabilidade de sucesso – pessoal e profissional – enquanto adultos.
Contudo, a questão que muitos pais se colocam é: – “Como posso, enquanto pai ou mãe, estimular a inteligência emocional do meu filho?” a equipa do Centro SEI, dá-lhe algumas dicas:
1. Mostre-se empático com o seu filho
Imagine que o seu filho está triste ou desiludido. Um brinquedo que se partiu, um balão que voou, um amigo com quem se zangou, um jogo que perdeu…
Mesmo que não possa fazer nada de concreto para resolver o seu sentimento de tristeza, e que até lhe pareça que ele está a ter uma reação exagerada, mostre-se empático com ele. Os pais poderão dizer-lhe:
“Imagino como te sentes. Provavelmente sentes-te triste e frustrado. Estavas à espera de ganhar e lutaste por isso, mas depois perdeste. Eu lembro-me quando tinha a tua idade também perdi um jogo e o que senti foi parecido… O que fiz na altura foi tentar aprender com a derrota para jogar melhor da próxima vez!”.
Deste modo, a criança sente-se compreendida e aceite, e a crise diminui.
Ser-se compreensivo é tudo quanto basta para ajudar alguém a libertar-se de sentimentos angustiantes, sejam eles causados por assuntos sérios ou por um simples acumulado de eventos insignificantes.
Explodir permite-nos libertar essas emoções negativas e seguir em frente sem o peso delas. Lembre-se que empatizar com o seu filho não significa necessariamente que concorde com ele, mas tão somente que é capaz de ver a sua perspetiva e de ser solidário com o que ele está a sentir.
Quais as vantagens em ser empático com o seu filho?
1. Ao sentir-se compreendida, existe a libertação de elementos bioquímicos calmantes na criança, através de um processo neurológico que será fortalecido sempre que a criança vive essa sensação de alívio. Será este processo fundamental que ela irá usar para se acalmar a si própria, mais tarde, enquanto adulta.
2. A empatia é “contagiante”: as crianças desenvolvem empatia através da empatia que vivenciam através dos outros.
3. Ao fazê-lo, estará a ajudar o seu filho a refletir sobre a sua própria experiência e a tomar consciência das suas emoções. A própria verbalização do seu sentimento é, por si só, uma valiosa ferramenta para aprender a gerir as emoções ao longo da sua vida.
2. Permita que o seu filho se expresse
Dado que as crianças não conseguem distinguir as emoções do seu “eu”, sempre que não aceitar ou tiver tendência para minimizar as emoções do seu filho, estará a transmitir-lhe a mensagem de que alguns dos seus sentimentos são vergonhosos ou inaceitáveis.
Ao desaprovar o medo ou a raiva do seu filho, não só estará a impedi-lo de viver esses sentimentos, como poderá estar a forçá-lo a reprimi-los. Ao contrário das emoções que são expressas livremente, as quais tendem a desaparecer, os sentimentos que são reprimidos tendem a ficar “presos” ou “bloqueados” como que à procura de uma saída.
Acabam por ser expressos de forma não modulada, por exemplo através de gestos agressivos, tiques nervosos ou pesadelos durante o sono. Pelo contrário, ao permitir que o seu filho se expresse livremente, estará a ensinar-lhe a aceitar e a compreender que todos os sentimentos são compreensíveis e parte integrante do ser humano, mesmo que algumas ações devam ser limitadas.
Numa situação em que o seu filho se sinta em conflito, em vez de censurá-lo ou atropelá-lo, poderá ajudá-lo a traduzir em palavras o que acha que ele está a sentir, mas que tem dificuldades em nomear:
“Eu acho que te deves estar a sentir frustrado. Eu também sinto isso às vezes quando não consigo fazer aquilo que quero… O que normalmente faço é ver o lado positivo das coisas que acontecem!”.
Deste modo, a criança aprende a identificar sentimentos, sente-se compreendida e aceite e a crise pode diminuir.
Quais as vantagens em deixar o seu filho expressar-se?
1. O seu filho vai aprender a aceitar as suas próprias emoções e, por conseguinte, a ter maior capacidade de as regular. Isto é fundamental para lhe permitir resolver os seus próprios sentimentos e conseguir seguir em frente.
2. A criança aprende que a sua vida emocional não é perigosa nem vergonhosa, mas sim universal e passível de ser gerida. Desta forma, ela descobre que não está sozinha e aprende a aceitar-se tal como é, incluindo as suas partes menos agradáveis.
3. Ensine o seu filho a resolver problemas por si
Emoções não são mais do que mensagens que o nosso cérebro emite para nos comunicar qualquer coisa. Na maioria dos casos, assim que a criança (ou o adulto) sinta que as suas emoções são compreendidas e aceites, os sentimentos negativos que lhe estejam associados perdem importância e começam a dissipar-se, criando-se um espaço para a resolução de problemas.
Por vezes, as crianças podem desenvolver essa capacidade sozinhas, noutros casos talvez precisem de apoio para melhor compreender o que se passa. Em todo o caso, resista ao impulso de tentar imediatamente resolver o problema da criança, a menos que ela lhe peça ajuda diretamente.
Isto é fundamental para que ela sinta que você tem confiança na sua capacidade de lidar consigo mesmo e de encontrar soluções construtivas para os problemas.
Quais as vantagens em deixar o seu filho resolver problemas por si?
1. Se conseguir ensinar o seu filho a assumir essas emoções, a senti-las e a tolerá-las sem o impulso de agir sobre elas, estará a contribuir para que ele aprenda a gerir os seus próprios dilemas.
2. Vai contribuir para que o seu filho sinta que você tem confiança na sua capacidade de lidar consigo mesmo e de encontrar soluções construtivas para os problemas.