A dislexia é a incapacidade de processar o conceito de codificar e descodificar a unidade sonora em unidades gráficas (forma de grafemas) com capacidade cognitiva preservada (nível de inteligência normal).
Os disléxicos têm capacidade para aprender todas as funções sociais e até altas habilidades, desde que, bem diagnosticado, seja trabalhado nas áreas corticais favoráveis e com estratégias e intervenções adequadas.
Essas intervenções devem valorizar as funções viso-motoras da criança, imagens com significado e significante associados a ritmo e memória visual auxiliando sua memória auditiva, para que desenvolva a capacidade por outras rotas (sabendo-se que sua rota fonológica é prejudicada).
A identificação precoce de um possível ou suposto quadro de dislexia no ambiente escolar sensibiliza os educadores para o exercício de um novo olhar: “olhar” mais cuidadoso, criterioso, inquiridor e com mais participação na vida escolar dessa criança.
O diagnóstico que envolve a exclusão de outras condições e dificuldade por parte da criança, deve voltar-se para uma serie de sinais e sintomas muito peculiares, que podem sugerir a suspeita e levar a procura de profissionais especializados para tal diagnóstico.
Neste contexto, é difícil estabelecer critérios precoces para esta identificação, pois acompanhar o desempenho evolutivo de uma criança é um dos marcadores para inferir inadequações neste desenvolvimento.
Sabemos que podem surgir atrasos no desenvolvimento motor e linguístico, inadequações nas fases desse desenvolvimento e superação delas em ambiente familiar estimulador ou não, além de outros fatores que possam implicar direta ou indiretamente no desempenho formal da aprendizagem da leitura e escrita.
Estabelecer estratégias e metas novas e eficazes para que as crianças desenvolvam o mais corretamente possível as suas habilidades sensoriais e motoras para atingir o contexto formal escolar, sem grandes atribulações é fundamental já que, qualquer aprendizagem pedagógica passa pela aprendizagem informal, aprendizagem essa que depende do ambiente, da família, da sociedade e das particularidades individuais de cada ser.
Aprender é algo único, e neste aspeto devemos valorizar as pequenas e altas habilidades das crianças, pois deste modo, precocemente perceberemos aquelas com mais habilidades para raciocínio, cálculo, e aquelas com habilidades mais linguísticas e assim, facilitando assim a sua integração no contexto pedagógico formal.
Aprendizagem: marcadores do ensino informal para o ensino formal (pedagógico):
A criança, na sua maturação neurológica e no processo evolutivo, de posse do conhecimento informal e o jogo de brincar – aprendendo, deverá ter posse, no seu interior as seguintes habilidades:
1. Habilidades Individuais (genética).
2. Análise – fonológica.
3. Síntese – fonológica.
4. Codificação – descodificação adequada para memória de trabalho e memória operacional.
5. Nomeação isolada.
6. Nomeação serial.
7. Atenção global preservada.
8. Funções corticais preservadas (sem lesões aparentes).
9. Ambiente estimulador e adequado emocionalmente.
10. Oportunidades para o desenvolvimento neuro psicológico normal.
Artigo original: Profª Telma Pântano – Adaptação: Profª Lana Bianchi e Profª Vera Mietto
http://www.ceitec.com.br, 01.08.2013