Os videojogos polvilham o imaginário de já algumas gerações, quando o primeiro “boom” se deu nos anos 80. De facto, são comuns os adultos de 30 e 40 anos que assumem ainda jogar. Ser encarado como uma atividade destinada exclusivamente a crianças penso que está colocado de lado.
Muitos são aqueles que cresceram a jogar e que utilizam esta actividade agora enquanto adultos como uma espécie de escape dos problemas quotidianos.
Não considero que haja nada de mal nisso. Estas atividades para fugir à rotina sempre foram importantes no indivíduo.
Tal como um café à beira mar ou a leitura de um jornal, o videojogo pode servir para desligar um pouco do dia-dia.
Em todo caso, os videojogos, como em tudo na vida, quando em excesso podem trazer mais danos que benefícios e a dependência de videojogos é uma realidade que cada vez mais tem sido alvo de atenção pela comunidade científica.
Se pela moderação é o caminho, vejamos algumas vantagens e desvantagens deste hábito:
Uma das vantagens relaciona-se com o aumento da criatividade, tendo sido documentado que a exposição a certo tipo de videojogos pode aumentar a criatividade dos indivíduos, com foco nos que implicam a resolução de problemas.
Neste campo, a melhoria do raciocínio lógico e da orientação espacial são também duas áreas que potencialmente são trabalhadas pelos videojogos.
Cada vez mais se têm visto idosos a jogar. Aliás, muitos planos de actividades de instituições incluem com regularidade os videojogos nas suas agendas.
Isto não só é um hábito que pode melhorar a capacidade cognitiva, como permite combater a inatividade por que muitos seniores passam e que por limitações físicas não podem praticar outras actividades.
Já como desvantagens identificamos alguns factores relevantes. A dificuldade no controlo emocional pode ser considerado um exemplo.
É comum o aumento da irritabilidade e da agressão em adolescentes e crianças porque os pais não os deixam jogar.
Este comportamento está muitas vezes relacionado com a possível dependência que os jogos criam. Existem jogos online que utilizando um sistema de recompensas, fazem com que muitas das vezes o adolescente seja obrigado a ligar-se várias vezes por dia para as recolher.
A sensação de perda criada pela ausência do jogo pode ser a causa de um mal-estar mais intenso que degenera em agressividade para com os adultos ou as figuras próximas.
Complementar a esta tendência em obter satisfação, está o aumento da obesidade e do sedentarismo, causas muito relevantes no mal-estar quer físico, quer psicológico do indivíduo.
A prática do jogo exige um esforço cognitivo importante, mas muito pouco esforço físico que o acompanhe. Nesse sentido, a tendência para o aumento de peso é uma consequência deste comportamento e que repetido por inúmeras horas tem concerteza influência no bem-estar do jogador.
Os videojogos vieram para ficar.
É importante que todos nos consensualizemos desse facto.
Estar ciente dos riscos pode ajudar a que os mesmos tenham um efeito menos danoso e que se consiga separar o trigo do joio.
Há, de facto jogos que são dedicados ao treino de certas capacidades e que se podem revelar uma arma importante para melhorar o bem-estar do indivíduo.
Prefira os de raciocínio lógico, os que não implicam uma obrigatoriedade diária baseada em sistemas de recompensas e, se importante, desligue todas as notificações dos jogos para que tenha mais controlo sobre a diversão que espera recolher dessa actividade.