A comunicação deve ser um dos pilares essenciais na dinâmica familiar.
As famílias que comunicam mal ou simplesmente não o fazem, ocorrem num erro que pode influenciar diretamente a interação entre os seus membros e revelar uma maior dificuldade na criação de relações próximas.
Comunicar está muito além de simplesmente falar. E a sua “arte” precisa de um constante aperfeiçoamento e cuidado específico para com o nosso interlocutor, com as suas particularidades e as suas características pessoais.
O cuidado na comunicação deve ser ainda maior com as crianças e adolescentes, uma vez que são fases em que o desenvolvimento decorre com especial intensidade.
Nestas idades, as dificuldades em interpretar a informação surgem com frequência, motivado pela idade específica em que se a criança/adolescente se encontra ou pela utilização inadequada da linguagem por parte dos adultos que muitas vezes a “infantilizam” ou caem em erros semelhantes.
Este seria se calhar o primeiro ponto a referenciar: a comunicação deve ser adequada à idade do indivíduo com quem estamos a comunicar.
Não podemos falar da mesma maneira com uma criança ou com um adolescente, muito menos o tipo de discurso deverá ser o mesmo.
Se a criança é muito pequena, as palavras e as frases deverão preferencialmente ser curtas e de simples entendimento, proporcionais ao tipo de linguagem que ela mesma utiliza e compreende.
Mais uma vez aqui é importante não “infantilizar”. Avó é mesmo “avó” e não “bó”!
Assim, pegando no exemplo de uma criança de 4 anos que está a fazer uma asneira, será expectável que a correção do comportamento seja realizada através de uma linguagem simples e curta, como exemplo “João, não faças isso por favor” e não “João, evita fazer estas coisas fora de casa porque é muito desagradável”.
Evitar o sarcasmo também pode ser importante.
Como diz o ditado, “para brincar são precisos dois”. E muitas vezes os pais utilizam o sarcasmo para “mandar aquele recado” ao filho sobre certo assunto.
Apesar de o sentido de humor ser uma arma importante e que pode trazer benefícios na dinâmica familiar, por vezes o sarcasmo pode ser mal interpretado e impedir que se reconheça ou se compreenda determinada necessidade ou apoio que a criança/adolescente possa precisar.
Muitas vezes este sarcasmo é acompanhado pela desvalorização.
Lembre-se que grande parte das vezes a criança está a confrontar-se com uma situação/ problema pela primeira vez.
Não tem, portanto, a visão que nós adultos temos e que fomos em grande parte buscar à experiência de vida. Assim, para a criança, aquele problema pode soar como algo inatingível e muito doloroso.
Não desvalorize, ouça atentamente e tente perceber os sentimentos e os pensamentos que estão ali a acontecer.
A comunicação é uma ferramenta essencial para o contacto social que todos nós humanos precisamos. Um ponto fulcral e que muitas das vezes nos esquecemos é que comunicar não é só falar, mas também ouvir.
Ouça o seu filho e seja empático. Depois comunique dando a sua opinião enquanto pai/mãe.
Com certeza que será para um apoio importante para o seu filho e para si, acima de tudo, um motivo de orgulho.