Quando é solicitado a uma criança que desenhe um arco-íris, habitualmente ela ilustra-o com diversas cores e tonalidades, mas nem todas as crianças o fazem desta forma porque há quem não consiga distinguir cores, uma condição chamada de daltonismo.
Daltonismo
O que é?
O daltonismo é uma alteração visual que consiste na dificuldade em reconhecer e distinguir cores.
Esta perturbação visual, estudada pelo químico John Dalton também ele portador, pode dividir-se em três tipos diferentes de daltonismo.
Tipos de daltonismo
Sendo as cores principais o azul, verde e vermelho, uma vez que só a partir da mistura entre si surgem as restantes cores. Estas cores principais são as chamadas de recetores de cor, que todos temos e nos permitem ver o mundo com as cores que ele tem na realidade. Se a criança nascer sem um (ou mais) recetores de cores, a sua capacidade de ver as cores como elas realmente são não existe, verificando-se um dos vários tipos de daltonismo:
- Daltonismo Acromático ou monocromacia
Nestes casos, as crianças vêm o mundo a preto e branco, verificando-se a ausência total de cor, ou seja, não têm qualquer recetor de cor funcional. Este é um tipo de daltonismo é raro.
- Daltonismo Dicromático
O Daltonismo Dicromático é mais comum do que o anterior. Perante este quadro, a criança ou adulto não tem um recetor de cor, não sendo capaz de identificar o azul (tritanopia), o verde (deuteranopia) ou o vermelho (protanopia).
- Daltonismo Tricomático
Já neste caso, as crianças têm uma ligeira dificuldade na distinção de cores. Segundo o Instituto de Apoio e Desenvolvimento, “todos os recetores de cores estão presentes, mas não funcionam bem, podendo variar conforme a cor que não se consegue identificar corretamente, nomeadamente protanomalia (caso não se percecione o vermelho), deuteranomalia (se for o verde) e tritanomalia (caso seja o azul)”.
Diagnóstico
Nem sempre o diagnóstico desta condição é fácil. Quanto mais leve for a forma de daltonismo, mais difícil é o seu diagnóstico. No entanto, em casos mais graves existem determinados testes que podem ajudar a descobrir o quadro clínico, tal como o teste de visão cromática, o teste de Ishihara (mais utilizado que consiste na apresentação de uma série de cartões com diferentes tonalidades cromáticas), teste de Farnsworth 100 Hue, o anomaloscópio de Nagel e de Holmgreen.
Habitualmente, quando as crianças estão prestes a entrar na escola é feito um despiste oftalmológico.
Existem alguns sinais de alerta a que os pais devem estar atentos, tais como:
- erro constante na identificação de cores, nos desenhos ou jogos;
- confusão das cores nas passadeiras;
- confundir a cor de algo presente no dia a dia das crianças como uma peça de fruta, por exemplo.
Caso haja uma suspeita, é aconselhável que se efetue a marcação de uma consulta de oftalmologia para confirmar e avaliar o grau de daltonismo, bem como dar algumas recomendações.
Causas
De acordo com portal da rede hospitalar Lusíadas, “os defeitos da de visão cromática (relativos às cores) podem ser hereditários ou adquiridos. As causas hereditárias são muito mais frequentes e afetam principalmente a distinção das cores do espetro vermelho-verde. Já os problemas adquiridos, mais raros, refletem-se predominantemente no espetro azul-amarelo”.
Quando se trata de um distúrbio genético, este acontece devido à deficiência no cromossoma X. Neste processo existe uma falha nos pigmentos em algumas células nervosas do olho, mais precisamente na retina. A falta de um pigmento é o suficiente para que isso altere a capacidade da reconhecimento e identificação de cores, tonalidades ou brilho por parte da criança.
Existem também algumas doenças que podem originar o daltonismo:
- Diabetes;
- Leucemia;
- Anemia falciforme;
- Doença de Parkinson;
- Doença de Alzheimer.
Além disso, também o glaucoma e a degeneração macular podem contribuir para o aparecimento desta perturbação visual.
Tratamento
Atualmente, não há tratamento para o daltonismo. Contudo, existem soluções práticas que permitem, dependendo da gravidade, ver as “verdadeiras” do mundo à sua volta, como óculos específicos para o efeito.
Além disso, existem outras ferramentas para a integração social do daltónico, como é o caso do ColorAdd, um sistema de identificação de cores, que aliás já está presente em diversas situações do dia a dia, como por exemplo no metro (para identificação das cores das linhas), em manuais escolares, bem como em material de desenho.