A gravidez é frequentemente apelidada de “estado de graça”. E não podemos concordar mais. Correndo tudo bem, a gravidez pode ser, sem dúvida, um período maravilhoso e inesquecível! No entanto, para muitas grávidas, essa não é a realidade. Há fatores que causam complicações na gravidez e, por isso, podem fazer desta fase um período de grande ansiedade.
Um artigo publicado na Gulf News explica que fatores aumentam o risco de complicações na gravidez. Saiba as causas desses fatores e como geri-los de forma a minimizar o risco dos mesmos.
1. Idade Materna
Uma idade materna mais avançada está associada a complicações na gravidez. Contudo, lembra o Dr. Prashanth Hegde, médico obstetra, “se as mulheres estiverem acima dos 35 anos, não significa necessariamente que haverá uma gravidez de alto-risco, já que a maioria concebe e dá à luz bebés saudáveis”. Contudo, são consideradas como sendo grávidas de risco pois a idade mais avançada oferece vários riscos indicados abaixo.
Causas: as mulheres mais velhas que engravidam apresentam um risco mais elevado de aborto espontâneo; existe também um maior risco de terem bebés com anomalias genéticas, problemas de saúde coexistentes com a gravidez e nascimento prematuro.
O que fazer: consulta pré-gravidez, bem como um acompanhamento médico e rastreios frequentes, de forma a reduzir o risco.
2. Problemas de saúde maternos
As grávidas com problemas de saúde existentes antes de engravidarem são mais propensas a terem complicações na gravidez. Entre esses problemas encontram-se a epilepsia, diabetes, hipertensão, asma, problemas cardíacos e da tiroide e outros.
Estas doenças podem, pois, afetar tanto a mãe como o feto. Adicionalmente, a medicação usada para o tratamento desses problemas de saúde pode ainda afetar o feto negativamente. Efetivamente, certos medicamentos podem causar anomalias à nascença, parto prematuro, aborto espontâneo e, pior ainda, um nado-morto.
Já a mãe pode sofrer complicações na gravidez como descontrolo da tensão arterial, o que pode causar hemorragias e parto por cesariana.
O que fazer: consultar o seu obstetra antes de começar a tentar engravidar. Desta forma, será possível assegurar o melhor controlo da sua doença antes de engravidar. A mudança da medicação habitual para uma mais segura para o bebé é um exemplo. Uma grávida com asma pode ser acompanhada por uma equipa de obstetra e pneumologista.
3. Escolhas de estilo de vida
Alguns comportamentos em termos de estilo de vida podem causar complicações na gravidez. Referimo-nos a hábitos como fumar, consumir bebidas alcoólica e seguir uma alimentação inadequada. Todos estes hábitos podem afetar a gravidez e o bebé. Fumar pode causar parto prematuro, consumir álcool e fumar pode afetar o crescimento do feto e mesmo o desenvolvimento do cérebro do bebé.
O que fazer: naturalmente, será a grávida deixar de fumar, consumir bebidas alcoólicas e outros. Parece fácil à partida…
Se, no entanto, tiver muitas dificuldades em deixar de fumar, pode usar um substituto de nicotina ou reduzir a quantidade de cigarros que fuma. Nalguns casos, poderá ser necessária medicação.
Com o consumo de bebidas alcoólicas, se sentir dificuldade em parar, consulte o seu médico. Neste caso, adotar uma alimentação equilibrada é particularmente importante pois assegura que o feto recebe todos os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.
4. Gravidez múltipla
O risco mais comum de complicações na gravidez quando se está gravida de gémeos é o parto prematuro. Adicionalmente, as mulheres com gravidezes múltiplas correm o risco de hipertensão e de diabetes gestacional. Finalmente, existe o risco de problemas no crescimento dos bebés e, muito raramente, de bebés com anomalias.
Causas: mulheres com um historial familiar de gémeos ou trigémeos e com mais de 30 a 35 anos de idade. Outro fator causador de um gravidez múltipla são os tratamentos de fertilidade e a medicação para a fertilidade.
O que fazer: fazer o diagnóstico precoce da gravidez múltipla, mais consultas frequentes com o médico obstetra e aumento da nutrição materna.
5. Historial de aborto espontâneo
A existência de um historial de abortos espontâneos, de problemas com gravidezes anteriores ou um historial familiar de doenças genéticas constituem fatores de risco para complicações na gravidez. Estes casos, infelizmente não podem ser evitados.
Causas: não há uma causa precisa na maioria dos casos; contudo, alguns abortos espontâneos são devidos a genes ou cromossomas anormais, os quais podem ser hereditários ou aleatórios. Algumas doenças, como tiroide ou diabetes mal controlada, assim como o estilo de vida, podem também causar aborto espontâneo
O que fazer: identificação dos fatores de risco precoce ou antes de uma gravidez subsequente, tratamento de problemas de saúde na mulher e adoção de hábitos de vida saudáveis.
6. Historial de parto prematuro
Ter entrado em trabalho de parto prematuramente faz aumentar o risco de complicações na gravidez, nomeadamente, outro parto prematuro. Os bebés muito prematuros, nascidos antes das 25 semanas apresentam um risco muito elevado de problemas de longo-termo, nomeadamente neurológicos e de incapacidades de aprendizagem.
Causas: gravidez múltipla. historial de parto prematuro, certas infeções vaginais e colo do útero débil.
O que fazer: a entrada prematura em trabalho de parto não pode, pois, ser evitada através de medicação ou de procedimentos cirúrgico, exceto de forma temporária. Contudo, há formas de minimizar os riscos para o bebé. Os corticosteroides são fármacos que podem ajudar a desenvolver a maturidade dos pulmões do bebé. Em caso de eminência de parto prematuro, podem ser dados corticosteroides ao feto, e simultaneamente tocolíticos à mãe para desacelerar ou suprimirem as contrações uterinas.