As análises sanguíneas que a grávida tem de fazer ao longo da gravidez permitem fazer o diagnóstico de uma série de doenças e outras condições que podem comprometer o desenvolvimento fetal, como no caso da anisocitose.
Anisocitose
O que é?
A anisocitose é a presença de glóbulos vermelhos (responsáveis pela oxigenação do sangue) de diferentes tamanhos numa única amostra de sangue (hemograma).
Porque acontece?
Durante a gravidez, existe uma maior produção de eritrócitos (outra designação para glóbulos vermelhos) porque o volume sanguíneo tem de aumentar para suprir as necessidades (“nutrir”) do útero, da placenta e do feto.
Quais os sintomas da Anisocitose?
A anisocitose não é a doença, mas sim um sintoma que mostra que o corpo não está bem.
Ainda assim, há vários sinais de que o sangue pode não estar a percorrer corretamente todo o corpo ou não estar suficientemente oxigenado, tais como:
- Tonturas;
- Dores de cabeça;
- Dores no peito;
- Dificuldade em respirar;
- Arritmias (batimento cardíaco irregular – podem ser muito rápidos, normalmente designado de taquicardia, ou muito lentos);
- Perca de apetite;
- Fadiga extrema;
- Muitas dores musculares;
- Perda de memória.
Muitos dos sinais de anisocitose acima descritos são comuns aos sintomas de gravidez. Contudo, se tiverem origem numa patologia essa será diagnosticada após a realização de um hemograma completo e outros exames complementares de diagnóstico que possam ser necessários.
Quais as causas da Anisocitose?
O diagnóstico, realizado pelo médico assistente nas consultas pré-natais, após observação dos valores do hemograma, pode indicar quadros de alguns tipos de anemia na gravidez ou outras doenças hematológicas.
Quando se trata de anemia, esta pode ter origem na deficiência de vitaminas e minerais. As mais comuns são as:
- Hemolíticas;
- Ferroprivas – devido a falta de ferro na gravidez;
- Perniciosas – por falta de vitamina B12;
- Anemia falciformes;
- Devido a uma deficiência de ácido fólico.
Isto acontece porque tanto a vitamina B12, como o ferro, o ácido fólico e a vitamina A têm um papel muito importante na produção e forma dos glóbulos vermelhos.
Tipos de anisocitose
Aquando do diagnóstico é fulcral que todos os parâmetros sejam analisados detalhadamente. Só assim se poderá classificá-la em níveis de gravidade:
- Discreta – quando a alteração do tamanho dos glóbulos é de até 25% da sua concentração (neste caso é representado por “+”).
- Moderada – quando as células de sangue modificadas são de até 50% (“++”).
- Acentuada – quando o número de células sanguíneas modificadas é maior do que a composição celular saudável (75%, representado por “+++”).
Além destas três, existe ainda a anisocitose plaquetária – também designada Plaquetopenia ou trombocitopenia -, que surge quando existe uma diminuição de plaquetas no sangue.
Tendo em conta que as plaquetas são as células que coagulam o sangue no corpo, quando existe uma diminuição das mesmas a tarefa de, por exemplo, parar uma hemorragia (por mais pequena que seja) pode ser bastante mais difícil.
É certo que anisocitose é um sintoma bastante complexo de que algo no corpo não está a funcionar adequadamente. Ainda que o seu diagnóstico envolva um variado leque de possibilidades, no qual o mais prevalente são as anemias, se verificar valores fora dos intervalos de referência fale de imediato com o seu médico assistente.
A informação presente neste artigo não pretende, de qualquer forma, substituir as orientações de um profissional de saúde ou servir como recomendação para qualquer tipo de tratamento.
Assim sendo, perante qualquer incómodo, aconselhamos que se desloque ao seu médico assistente a fim de obter o diagnóstico e tratamento adequado.