Ninguém gosta de ser posto de lado, muito menos as crianças. A exclusão pode ter impactos na saúde mental, desencadeando por exemplo ansiedade e depressão infantil. Além disso, afeta a sua autoestima e confiança. É, por isso, urgente, que se fale sobre o ensino da inclusão social às crianças.
Como já dizia a escritora, poeta e ativista dos direitos humanos norte-americana Maya Angelou, “as pessoas vão esquecer-se do que disseste, vão esquecer-se do que fizeste, mas nunca vão esquecer a forma como as fizeste sentir”.
Esta frase abre o portão para as mais-valias da inclusão social: ligação, conexão, valorização, apoio, felicidade. A poeta norte-americana defendia que é possível ter essa ligação com indivíduos que são parecidos ou diferentes de nós.
Contrariamente ao que muitos possam pensar, a diversidade não se trata apenas de diferenças, mas sim da forma como as vemos e permitimos que pesem nas nossas relações. Na diversidade há espaço para aquilo que nos separa e para o que nos aproxima, sendo que o que nos separa pode ser também o que nos junta e o que nos acrescenta. A idade, religião, orientação sexual e origens são exemplos disso mesmo.
A diversidade vai muito além do aspeto físico. Toca uma parte comum da nossa identidade – as tradições, os valores, a forma de estar na vida, a forma como nos expressamos, etc. Assim, pode ser o que nos separa, mas também um elo de ligação.
Ser inclusivo implica abertura e curiosidade perante o diferente e o desconhecido, sem medos ou preconceitos.
Há, no entanto, que abordar e explorar alguns conceitos para ensinar as crianças a serem mais inclusivas, tais como: o conhecimento, a bondade, a empatia e compreensão emocional e a compaixão.
E como fazê-lo? Deixando a sementinha a germinar nas gerações mais pequenas através de práticas parentais, como as seguintes.
Pais/cuidadores praticarem a inclusão social
Como os pais são os role-models dos filhos, nada melhor do que aprender a vê-los praticarem atos de inclusão social para depois imitar – é o que as crianças fazem a toda a hora, certo? Então, aproveitemos esse facto para instigar coisas boas.
Contudo, para o pôr em prática, há que explorar as crenças, os preconceitos e os valores limitadores que cada um tem dentro de si para definir o que serve e o que não serve o propósito. Só assim conseguirá praticar a inclusão de forma intencional. E isso é tão simples quanto organizar um convívio para a comunidade do bairro ou simplesmente trocar uns dedos de conversa com esses vizinhos na rua. Assim, não só está a ser inclusivo, como está a aprender um pouco mais sobre os outros, sobre a sua vida e a acrescentar conhecimento à sua própria experiência pessoal.
Ser gentil
A gentileza/bondade faz imensa diferença na inclusão de outras pessoas na nossa vida. As palavras escolhidas, o tom com que as usamos, as atitudes que temos são fulcrais neste processo. É através deles que as pessoas se sentem respeitadas, acolhidas, integradas e ouvidas – ou o contrário, excluídas.
Praticar a empatia e a compreensão emocional
A empatia pode ser utilizada para compreender as experiências de vida dos outros e mostrar compreensão pelas suas emoções. A empatia emocional ajuda a estabelecer conexões emocionais com outras pessoas e, no fundo, são a razão da nossa existência enquanto seres humanos.
Ter compaixão
Ao mostrar que está presente nos momentos mais difíceis ou desafiantes e nos momentos de celebração de conquistas está a demonstrar cuidado, carinho e apoio. Tratar os outros com dignidade e respeito é a melhor forma de promover a compaixão. É com estas palavras e presença nas mais diversas situações da sua vida que se rega a conexão com o outro e se vê crescer a plantinha da compreensão mútua.
Ao praticar estes quatro conceitos estará a dar o exemplo ao seu do que significa ser inclusive. Estará também a mostrar-lhe as vantagens que trará para si e para os demais.
Referências:
Perlmutter, D. (2020, June 10). I Can Feel Your Sadness. {Blog Post}. Retrieved from http://www.drperlmutter.com
Reid, J. & Brown, V. (2018, May 14). Can’t We All Just Get Along? Time for Inclusion and Diversity, {Blog Post}. Retrieved from https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-social