Existem muitos mitos à volta da parentalidade positiva. Quem não conhece bem as premissas deste método parental, pode pensar que se baseia em “teorias da carochinha” que nada têm a ver com a realidade. Contudo, a parentalidade positiva é tudo menos desfasada da realidade.
Concentra-se numa disciplina positiva. O objetivo é que as crianças sejam emocionalmente fortes e saudáveis, autoconfiantes, independentes, autónomas, responsáveis pelas suas escolhas e mais.
Mito 1: Tem tudo a ver com recompensar a criança
Não é verdade. A parentalidade positiva NÃO assenta na premissa usar a recompensa para alterar comportamentos na criança.
Um dos mitos da parentalidade positiva mais frequentes é a noção em que tudo anda à volta de recompensar a criança. Na verdade, a parentalidade positiva sugere que não o façamos pois as recompensas não funcionam a longo prazo.
Se dermos uma pequena recompensa para que a criança arrume os brinquedos, nas próximas vezes é exatamente o que ela vai esperar. Além disso, vai fazer a atividade não por interesse, mas sim pela recompensa.
O melhor será optar pelo estabelecimento de rotinas, do encorajamento e da noção da consequência dos próprios atos.
Mito 2: As consequências das decisões das crianças não são as do mundo real
Não é verdade. Com a parentalidade positiva, as crianças experienciam as consequências reais quando fazem escolhas menos acertadas.
Mais um dos mitos da parentalidade positiva pois a realidade é precisamente o oposto. Este tipo de educação não assenta apenas no diálogo sobre as consequências de decisões erradas.
Por exemplo, se a criança não faz o trabalho de casa, terá uma consequência negativa, como perder o intervalo ou um sermão do professor, em vez de o pai escrever um bilhete a desculpar a criança. Na verdade, esta situação é uma belíssima oportunidade de aprendizagem.
Mito 3: Dá-se elogios constantes às crianças
Não é verdade. Em vez dos elogios constantes, a parentalidade positiva promove o estímulo e o encorajamento na criança para superar os obstáculos .
Assim, em vez de inundar a criança com elogios constantes, deve-se antes usar palavras de encorajamento. Por exemplo: em vez de dizer ao seu filho: “és muito inteligente”, diga “deves orgulhar-te de ti próprio pois trabalhaste muito”. Assim, estará a concentrar-se no esforço e trabalho da criança. Ela sentir-se-á responsável pelas suas decisões
Mito 4: a parentalidade positiva cria crianças dependentes
Não é verdade. A parentalidade positiva, bem pelo contrário, prevê que eduquemos crianças altamente autónomas e independentes.
Uma das premissas básicas deste método de parentalidade é o encorajamento da independência e autonomia própria na crianças. Acontece que muitos de nos pais damos pouco crédito às capacidades de autonomia dos nossos filhos.
Como exemplo, aos 18 meses de idade, o bebé pode colocar o seu pijama no armário ou deitar a fralda usada no caixote do lixo. Aos 24 meses, o bebé pode pegar nos brinquedos e colocá-los na caixa dos mesmos. Apesar de serem tarefas muito simples, encorajam na criança o sentido de autonomia.
Se começar desde cedo a aceitar ajuda do seu filho (mesmo que n início isso lhe dê mais trabalho do que propriamente ajuda), será mais provável que assim continue pela vida fora.
Mito 5: a parentalidade positiva não passa de contos de fadas
Não. A parentalidade positiva tem sido estudada e analisada continuamente.
Este é um dos mitos da parentalidade positiva mais comuns. Contudo, com o tempo tem demonstrado que realmente funciona. Esta metodologia de parentalidade funciona pois é universal. ou seja, não se destina a uma idade, género ou cultura em particular.
O objetivo da parentalidade positiva é ir de encontro às necessidades de pertença e de se sentirem relevantes, importantes.
Artigo adaptado de Positive Parenting Solutions ; Pesquisa: NASAP.