Ser pai ou mãe é provavelmente um dos papeis mais maravilhosos, mas também mais difíceis que podemos ter. Os estilos parentais são um dos fatores mais importantes na forma como se relacionam com os filhos.
Os pais por esse mundo fora apresentam muito em comum na forma como educam os filhos, mas também enormes diferenças. Apesar de podermos ver muitos aspetos comuns na forma como os pais educam os filhos, existem muitos aspetos que os diferenciam. A personalidade, valores éticos e morais e a cultura são apenas alguns exemplos.
Diane Baumrind, uma psicóloga clínica norte-americana especializada no desenvolvimento, distinguiu quatro estilos parentais diferentes:
- Autoritário
- Permissivo
- Negligente
- Autoritativo
Cada um destes estilos parentais apresenta características bem definidas, relativamente a:
- Estilo de disciplina
- Comunicação pais-filhos
- Carinho, apoio e encorajamento
- Expectativas
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Pais autoritários: “Não podes e pronto”
- Estes pais tendem a ser exigentes, rigorosos e inflexíveis
- Estilo de disciplina rígido, fazendo uso de castigos
- A comunicação é essencialmente unilateral, ou seja, de pai para filho
- As regras não são normalmente explicadas
- Expectativas elevadas com flexibilidade reduzida
Pais permissivos: “Claro que podes, como quiseres”
- Pais indulgentes, tolerantes, mais uma espécie de amigos que propriamente pais
- Estilo de disciplina permissivo, com poucas ou nenhumas regras
- As crianças decidem por si
- Comunicação aberta mas sem orientação por parte destes pais
- Pais carinhosos, sempre prontos a apoiar e encorajar os filhos
- Expectativas baixas ou não definidas por estes pais
Pais negligentes: “Faz como te apetecer”
- Pais distantes e alheios; não se envolvem na educação e dão muita liberdade aos filhos, e pouco interferem; há pais que decidem de forma consciente ser assim, enquanto outros são simplesmente desinteressados
- Muito pouca comunicação
- Pouco carinho, apoio e encorajamento
- Expectativas baixas ou não definidas por estes pais
Pais autoritativos: “Vamos falar sobre isso juntos”
- Pais ativamente envolvidos, solidários, sólidos e justos
- Estabelecem regras claras e explicam aos filhos as razões para as mesmas
- Comunicação boa e adaptada ao nível de entendimento da criança
- Pais carinhosos, que apoiam e encorajam os filhos
- Expectativas elevadas e claras, eventualmente com sugestões dadas pelos filhos
Cada um destes estilos parentais influencia a forma como a criança irá ser em adulta. Contudo há ainda outros fatores que influenciam o desenvolvimento e o resultado da educação da criança:
- O temperamento da criança e como se encaixa com os pais
- O estilo de trabalho dos professores
- Encaixe do estilo de trabalho dos professores com os estilos parentais
- Influência do grupo de amigos
Que tipo de pais somos?
Embora muitos pais possam incluir-se quase perfeitamente num ou noutro estilo, a verdade é que a maioria dos pais provavelmente aplica uma combinação dos quatro estilos parentais, consoante o contexto. O contexto irá ser definido pelo que a criança necessita dos pais num determinado momento.
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Por exemplo, um pai que seja permissivo, pode em determinada circunstância ter uma atitude autoritária para com os filhos porque acha necessário. Um pai negligente vai intervir, por exemplo, numa situação em que o filho está na iminência de tomar uma decisão que o vai por em perigo. E, ao contrário da regra, um pai autoritário pode ser carinhoso e dar apoio e encorajamento aos filhos.
Estes estilos parentais foram definidos nos anos de 1960. Entretanto têm surgido, outras definições de tipos de pais/estilos parentais: pais-helicóptero, parentalidade positiva, slow parenting…
Refletirmos sobre os estilos parentais que usamos com os nossos filhos e ajustá-los deveria ser uma tarefa contínua. Os nossos filhos estão em constante desenvolvimento e mudança.
Sendo assim, porque não deverão os pais procurar alterar os seus estilos parentais para promover uma educação de crianças felizes, seguras, empáticas e autónomas?