Com a crise climática, a pandemia de Covid-19, falta de vacinas e medicamentos, conflitos armados e ataques a escolas, e também com a dificuldade de acesso de algumas zonas do globo ao mundo digital, o sistema escolar de cerca de um quarto dos países do mundo está em risco de colapso.
A conclusão é de um relatório da organização Save the Children, que alerta para os riscos corridos em mais de 40 países. A educação de centenas de milhões de crianças e jovens está em risco, com o sistema escolar a não conseguir suportar as dificuldades.
“A educação de centenas de milhões de crianças em um quarto dos países do mundo está em risco extremo ou alto de colapsar”, alertou a organização. O mês de setembro, caracterizado pelo regresso às aulas em grande parte do mundo, não vai ter esse significado em vários países. A maioria dos países com sistema escolar em risco encontra-se na África Subsariana.
A ONU estima que cerca de 1,6 mil milhões de crianças não foram à escola durante a pandemia. Um terço destas crianças não teve acesso ao ensino à distância. Antes da Covid-19 já se contavam cerca de 260 milhões de crianças fora dos sistemas de ensino, o que corresponde a quase um quinto da população global dessas faixas etárias.
A Save the Children receia estar perante um “geração perdida de alunos”. “Os líderes têm de aprender com a crise da Covid-19, que interrompeu a escolaridade de mais de 90 por cento dos alunos do mundo, e sistemas de educação à prova de choque para garantir que as crianças de um quarto dos países do mundo não tenham o seu futuro comprometido”, avisou a organização de direitos das crianças.
Segundo o relatório, a República Democrática do Congo, a Nigéria, a Somália, o Afeganistão, o Sudão, o Mali e a Líbia têm sistemas escolares em risco extremo. Na Síria, no Iémen, Filipanas e Bangladesh, o sistema de educação encontra-se em alto risco de colapso.
Concluiu-se também que as crianças de países pobres perderam mais 66 por cento de aulas durante a pandemia, comparativamente aos alunos de outros países. Os países afetadas precisam de muito investimento por parte de parceiros internacionais, de modo a salvar o sus sistema escolar.
7 de setembro 2021