A eclâmpsia é considerada uma emergência médica pelas graves consequências para a saúde e vida maternas.
Eclâmpsia e gravidez
A pré-eclâmpsia pode dar origem à eclâmpsia, complicação rara mas de extrema gravidade na gravidez.
A eclâmpsia é uma condição caracterizada por pressão alta, edema, presença de proteína na urina e convulsões.
Tratando-se de uma emergência médica, poderá ser necessário administrar oxigénio e medicamentos para evitar a ocorrência de convulsões.
Eclâmpsia e hipertensão
A eclâmpsia é considerada a forma mais grave das complicações hipertensivas que surgem durante a gravidez, com uma mortalidade materna de 30%, acompanhada de hemorragia cerebral.
É caracterizada pelo surgimento de convulsões tónico-clónicas no contexto da pré-eclampsia, sem passado de epilepsia ou doença neurológica.
Algumas mulheres têm como complicação a eclâmpsia sem ter sido diagnosticado pré-eclâmpsia, e ainda podem surgir no período pós-parto (79% do total de casos), mas a maioria surge antes do parto (67%).
Sintomas
Geralmente a eclâmpsia é precedida por alguns sinais premonitórios, idênticos aos da pré-eclâmpsia:
- Pressão alta;
- Edema;
- Presença de proteína na urina
- Convulsões.
A origem das convulsões é justificada pelo desencadear de estímulos elétricos. Estes podem ser o resultado do edema cerebral e rutura do endotélio vascular com posteriores hemorragias punctiformes ao nível do sistema nervoso central.
Complicações para a mãe e para o bebé
A morbilidade e mortalidade materno-fetal têm particular relevância, uma vez que é aumentada em grande ordem pelo aparecimento de hemorragias no tronco cerebral, insuficiência renal aguda, imaturidade e asfixia.
Outras complicações maternas e neonatais mais frequentes:
Para o bebé:
- Prematuridade (15-67%);
- Restrição do crescimento intrauterino (10-25%);
- Hipoxia com lesão neurológica (< 1%);
- Morte perinatal (1-2%);
- Morbidade cardiovascular a longo prazo associada ao baixo peso ao nascer.
Para a mãe:
- Deslocamento prematuro da placenta (1-4%);
- Coagulopatia / síndrome HELLP (10-20%);
- Edema pulmonar / aspiração (2-5%);
- Insuficiência renal aguda (1-5%);
- Acidente Vascular Cerebral;
- Morte;
- Morbidade cardiovascular a longo prazo.
Tratamento
Dada a gravidade desta condição para a saúde materna, na maior parte dos casos, é necessário interromper a gravidez, independentemente da idade da mesma, para que a mãe possa ser devidamente assistida.
Bibliografia: Hipertensão na gravidez: tratamento e prevenção, Joana Coelho Martins, Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas – Trabalho efetuado sob a orientação: Professor Doutor João Pedro Fidalgo Rocha, 2014