Depois dos 12 meses as crianças entram numa fase de desenvolvimento, que em muito afecta a sua alimentação. É expectável nesta altura, que a criança integre a dieta da família, mas como se faz essa transição? É também uma altura em que muitas crianças são vistas como “esquisitas” com a comida, mas isso tem um motivo. Neste artigo explicamos todas as nuances a ter em conta na alimentação da criança a partir do 1 ano de idade.
O que muda na alimentação da criança com 12 meses
Anorexia fisiológica do 2º ano de vida
Até aos 12 meses o bebé passou por uma etapa de crescimento e desenvolvimento muito acentuada. Se analisarmos bem, os bebés triplicam os seu peso corporal no espaço de 1 ano. Algo que nunca mais vai acontecer em mais nenhum momento da sua vida, de forma saudável.
Após este acentuado desenvolvimento, a criança de 12 meses abranda o ritmo de crescimento. Isso reflectir-se-á na alimentação da criança. Este fenómeno tem o nome de anorexia fisiológica do 2º ano de vida e pode fazer-se sentir-se de uma forma mais ou menos vincada, dependendo de cada criança.
Esta fase é facilmente detectada pela diminuição de apetite da criança, sendo que muitos cuidadores começam a descreve-la de “esquisita” para comer.
Integração da dieta da família
É expectado, que por volta desta idade, a criança integre a dieta da família. Ou seja, que se comece a oferecer os mesmos alimentos que o resto da família consome. Contudo, o cuidado com o sal e açúcar mantém-se. Assim como a preferência por legumes, verduras, frutas e cereais, em detrimento a alimentos processados, gorduras e alimentos açucarados.
A partir dos 12 meses de idade, quer a criança esteja a ser amamentada ou já tenha desmamado, é fundamental oferecer outros alimentos, de modo a enriquecer a sua dieta.
Pontos importantes na alimentação da criança de 12 meses
Diversificar o pequeno-almoço
Muitas crianças chegam aos 12 meses tomando apenas o leite ao pequeno-almoço. Se ainda não introduziu outros alimentos para além do leite ao pequeno-almoço, esta será a altura ideal para o fazer. Opte por nos fontes de hidratos de carbonos, como cereais integrais com alto teor de fibras (pão de mistura, pão escuro, aveia, etc). Paralelamente ao leite, fornecerão energia e saciedade ao longo da manhã.
Pode incluir no pequeno-almoço porções de fruta e frutos secos, estes últimos sempre em forma de pastas ou moídos.
2 refeições principais com 3 pratos
Nesta fase, é plausível que a criança passe a fazer duas refeições principais com 3 pratos. Segundo a cultura portuguesa: sopa de legumes, prato principal e sobremesa (preferivelmente fruta).
Se por esta altura a criança ainda só fazia uma refeição com 2 pratos, e vai passar a introduzir o terceiro prato, é importante que doseei os alimentos de forma apropriada. Por exemplo, se até agora a criança só fazia sopa e fruta ao jantar, deverá reduzir a quantidade de sopa, de modo a que a criança ainda tenha apetite para o prato principal.
Alimentos crus e saladas
Assim que a criança começa a adquirir mais dentes, conseguirá comer diferentes consistências. Frutas cruas mais rijas, como a maçã, legumes crus sozinhos, ou em saladas, podem começar a ser oferecidos. Mastigar alimentos mais rijos tem benefícios no desenvolvimento do palato e gengivas da crianças.
Também, a ingestão de alimentos crus, aumenta o consumo de vitaminas, que são facilmente destruídas com a exposição ao calor. Além disso, tendo em conta que a criança poderá atravessar uma fase em que comerá menos por causa da anorexia fisiológica do 2º ano de vida, é importante dar alimentos com maior densidade nutricional.
A sopa passa a ser só de legumes
Até aos 12 meses, ou perto desta marca, a sopa era garantia para muitos pais que o seu bebé consumiria grupos de alimentos importantes, como legumes, vegetais, carne ou peixe. No entanto, a sopa deve gradualmente passar a ser apenas de legumes. Os restantes grupos alimentares passam a ser consumidos no prato principal.
Também, a sopa deve deixar a sua textura liquefeita. Deve passar a ter pedaços de legumes e vegetais, variando a sua consistência.
Variar a oferta de alimentos
É normal nesta fase a criança começar a recusar alguns alimentos ou grupo de alimentos. Contudo, é importante a família continuar a apresentar e servir os alimentos rejeitados, para não validar a recusa da criança.
Através do exemplo da restante família e a sucessiva apresentação dos alimentos, a criança acabará por provar e passará a fazer parte da sua alimentação.
Integração da dieta da família
A integração na dieta da família não deve começar aos 12 meses, mas muito antes. Em primeiro lugar, a família deve repensar a sua alimentação e analisar se é apta para o seu bebé. Depois, e ainda antes dos 12 meses, podem começar a oferecer alguns alimentos, na sua forma original, para que o bebé faça a transição. Por exemplo, depois da sopa e fruta do jantar, os pais poderão colocar alguns alimentos do seu jantar no tabuleiro, para o bebé explorar e provar.
Por fim, é expectável que por volta dos 12 meses, tanto a família como a criança estejam preparados para comerem em conjunto. A alimentação da criança e família deverá compreender a mesma comida, à mesma hora, na mesma mesa.