O que fazer quando a criança quer dormir na cama dos pais?
Dormir na cama dos pais durante toda a noite ou apenas algumas horas é uma preocupação/hábito mais comum do que se pensa.
De facto, segundo a National Sleep Foundation (USA), cerca de 24% dos pais partilham a cama com os seus filhos pelo menos algumas horas por noite.
Neste artigo deixamos algumas sugestões que o podem ajudar a convencer o seu filho a dormir na sua própria cama durante toda a noite.
1. Conversar e preparar a criança para a mudança
Antes de iniciar o processo de transição para o quarto, converse com o seu filho sobre o que se vai passar. A questão aqui não é negociar mas envolve-lo na decisão. Tenha a consciência de que vai demorar tempo e exigir muita paciência e perseverança. É irrealista pensar que o comportamento se vai alterar em dias.
2. Criar boas rotinas para adormecer e diminuir a ansiedade
Envolva o momento de ir dormir em magia e pensamentos positivos. Contar uma história, ouvir música tranquila ao gosto da criança, conversar sobre medos e receios (como desmistificar o monstro que mora debaixo da cama ou se esconde por trás da cortina) e mostrar como o quarto é um sítio seguro cheio de boas emoções é um passo para convencer a criança a permanecer lá durante toda a noite, tranquila e sem receios.
3. Envolver a criança na decoração do quarto e transformá-lo num espaço divertido
Incentive e deixe que o seu filho crie e reflita o seu mundo no seu quarto, identificando-se com ele. Se estiver acompanhado dos objetos e brinquedos a que está ligado emocionalmente irá, por certo, sentir-se mais seguro, confiante e confortável no seu espaço. Ao diminuir a ansiedade do seu filho provocada por longas horas sozinho, no escuro, com monstros e outras sensações negativas, está a ajudá-lo a lidar com os seus medos e anseios de forma positiva e autónoma.
4. Combater os medos noturnos
Desde os primeiros anos de vida as crianças vivem muitos medos, racionais ou irracionais, que acompanham o seu crescimento. Os medos infantis dependem de fatores familiares, culturais, sociais. Reprimir o medo pode intensificar sintomas físicos tais como: palpitações, nervosismo, excitação, ansiedade, etc., baixando a autoestima da criança, confiança e segurança. Aprender a viver com o medo, pode proporcionar à criança um estado emocional positivo e um bem-estar geral, cujo papel dos adultos de referência deverá ser fundamental. Sempre que se desencadear um momento de medo devemos transmitir à criança confiança, conversando sobre o que o provocou e como o podemos superar. Estar presente, atento, apoiando a criança, é a uma estratégia de ação importante (Os medos das crianças: dicas para os pais).
5. Combater o medo da separação
Quando a criança está fora de casa ou os pais se divorciam, naturalmente, os sentimentos de medo, abandono e a ansiedade da separação aumentam. Nestas situações, o melhor é manterem-se muito próximos da criança e disponíveis para conversar sobre os novos sentimentos que está a enfrentar, acalmando-a e explicando claramente o que se vai alterar nas rotinas do dia-a-dia. É fundamental que, e apesar de as circunstâncias familiares se alterarem, a criança se sinta segura, desejada e amada por ambos. A criança deve sentir-se sempre parte da solução e nunca parte do problema.
6. Abandonar maus hábitos o mais cedo possível
Se permitiu que o seu filho partilhasse a sua cama durante algum tempo, é natural que haja resistência quando tenta que volte para o seu quarto. Passar a noite com os pais, especialmente quando a criança ainda é pequena, pode aumentar o seu sentimento de segurança no curto prazo mas, proporcionalmente, limita muito o processo de aprendizagem e a capacidade em se tornar numa pessoa independente capaz de combater sozinha os seus medos e ansiedades.
7. Ser firme e coerente
Se o seu filho desliza para a sua cama durante a noite, não se deixe vencer pelo cansaço mesmo que sejam duas da manhã. Não o deixe ficar e incentive-o a voltar para a sua cama logo de seguida. Se a criança acordar com um pesadelo ou assustada, é normal que procure os pais, para se sentir segura. No entanto, deve ensinar o seu filho a voltar a adormecer e controlar os seus medos sozinho.
8. Criar bons hábitos de sono precocemente
Por tudo o que foi dito, a melhor dica para habituar a criança a dormir toda a noite no seu próprio quarto é começar cedo. É mais fácil treinar uma criança pequena (a partir dos 4-6 meses de idade) a adormecer e a dormir sozinha no seu quarto do que alterar o hábito e a rotina de partilhar a cama com os pais.
O desenvolvimento do seu filho no primeiro de ano é vertiginoso. Inicia a vida dependente dos cuidados dos pais mas, por volta de 1 ano de idade, está apto a dizer as primeiras palavras, a alimentar-se e a andar pelos seus próprios meios. Também o sono passa por várias fases ao longo do 1º ano de vida.
Enquanto recém-nascido, o bebé passa mais de 16 a 17 horas por dia a dormir. Mas, à medida que cresce, precisa de dormir cada vez menos horas e, por volta dos 6 meses de idade o sono já está estabelecido, com estágios mais ou menos profundos, mas constantes. Apesar de para os pais o bebé ser sempre pequenino, os hábitos e rotinas devem ser estabelecidos o mais cedo possível por isso, por volta dos 6-9 meses de idade o bebé deve dormir na sua cama, no seu próprio quarto. Se continuar a dormir no seu quarto, crie um espaço próprio para o bebé, separado por um biombo, por exemplo, para que se habitue a ter o seu próprio espaço para descansar.