Muitas das memórias de Natal cultivam-se, e muito, com a alimentação e à mesa. Contudo, a alimentação é também uma preocupação dos pais, que não tira férias nestes dias. Assim, reunimos um conjunto de dicas para pais e filhos terem um Natal tranquilo, com gosto de tradição.
1. Promover a refeição tradicional
Quando se fala em alimentação no Natal tendemos a focar-nos muito nos doces, esquecendo que muitos dos alimentos presentes na mesa de Natal vão de encontro à roda dos alimentos inserindo-se num padrão alimentar saudável.
Se atentarmos no exemplo do bacalhau cozido com todos, num só prato temos, para além do bacalhau, os hortícolas (couve portuguesa, cenoura), os cereais (batata), as leguminosas (grão) e, com a devida moderação, a gordura (azeite).
Adicionalmente, na sobremesa encontramos a fruta, de preferência da época pois é mais rica em nutrientes. Assim, o consumo desta refeição tradicional de Natal deverá ser promovido nas crianças (e nos adultos!).
2. Incluir a alimentação nas tradições de Natal
Seguindo a primeira dica, e embora os alimentos tradicionais possam não ser os preferidos das crianças, deverá incentivar o seu consumo tendo em conta os benefícios já mencionados.
Para tal poderá explicar às crianças que esses são os “alimentos do Natal”, protagonistas da Consoada assim como outros símbolos e figuras, e que fazem parte da tradição assim como fazer a árvore de Natal ou esperar o Pai Natal.
Não caia na tentação de preparar um prato diferente, ou o preferido das crianças, já que para além de não ser o tradicional poderá não ser tão saudável.
3. Ponderar a introdução de novos alimentos
No caso dos bebés, e tendo em conta que o Natal se traduz geralmente numa mesa recheada, muitas vezes com alimentos que não integram a alimentação diária, poderá existir a tentação de dar um alimento que ainda não tenha provado.
A reação do bebé a um novo alimento é sempre desconhecida, estando presente o risco desenvolver uma reação alérgica. Com todas os problemas inerentes à ocorrência de reação e com o contexto social do dia, a Consoada não será a refeição mais oportuna para o fazer.
4. Atenção aos frutos de casca rija
Apesar de os frutos de casca rija (noz, amêndoa, avelã, pinhão) serem um marco desta quadra e de terem benefícios nutricionais, no caso das crianças mais pequenas é importante que tenha presente o risco de engasgamento, tendo em conta a sua textura.
5. Promover o consumo de fruta fresca
Apesar de a época ser marcada pelos frutos secos, deverá sempre promover o consumo de fruta fresca da época, como a romã, a tangerina e o ananás, que para além de todos os benefícios nutricionais para as crianças, evita um sobreconsumo das restantes sobremesas.
6. Permitir o doce quando é pedido
Quanto aos doces, embora possam ser fritos ou ter açúcar, o Natal não será certamente a altura ideal para os sacrificar.
Contudo também não deverá forçar as crianças a comer se não pedirem, nem terá que fazer doces diferentes dos tradicionais só para que a criança não fique sem sobremesa – certamente que ele terá outros dias para comer os seus doces preferidos (por exemplo, no seu aniversário) e terá sempre a opção de fruta no Natal.
No caso particular dos bebés, e embora possa existir a tentação de lhes dar algum doce (sobretudo os que já têm um textura cremosa, como o leite-creme), o açúcar é um aditivo que não deve ser incluído na alimentação das crianças, especialmente durante o primeiro ano de vida.
7. Hidratação
A hidratação adequada é fundamental durante todo o ano, inclusive nos meses frios de Inverno. Adicionalmente, o reflexo da sensação de sede nas crianças é menor do que nos adultos, o que justifica o facto de estas raramente pedirem água.
Assim deverá ter atenção ao aporte de água no seu filho, particularmente na véspera e dia de Natal quando as casas estão geralmente mais aquecidas e as crianças mais irrequietas.
8. Horários
Apesar da Véspera e dia de Natal serem dias para fugir à rotina do dia-a-dia, é importante que as crianças mantenham alguma coerência nos horários, especialmente no das refeições principais e intermédias (lanches e merendas).
Assim, no caso das crianças mais velhas, deve evitar que comam chocolates e outros doces durante todo o dia, fora das refeições. No caso dos bebés, é ainda mais importante que não altere drasticamente os seus horários, incluindo os de sono.
9. Atividades natalícias relacionadas com a alimentação saudável
Para além de ser uma época apreciada pelas crianças, o Natal é também sinónimo de férias. Assim esta poderá ser uma oportunidade desenvolver atividades relacionadas com a alimentação saudável tendo por fundo esta época especial.
Já pensou em decorar a sua árvore com desenhos de hortícolas e frutos feitos pelo seu filho?
Desenvolvido em conjunto com a Dr.ª Carla Almeida.