A parentalidade é um trabalho árduo e contínuo para o qual se contribui todos os dias com grandes e pequenos gestos.
Comunicar eficazmente, saber ouvir e conversar, é a chave para uma ligação saudável entre pais e filhos. O desafio da parentalidade está em encontrar o tempo suficiente para dedicar à família, conciliando-o com todas as outras tarefas e responsabilidades do dia-a-dia.
Se não consegue encontrar esse equilíbrio e manter uma relação saudável e feliz com o seu filho, a ajuda de um profissional – como um psicólogo – pode ser uma ajuda útil para ultrapassar uma fase menos positiva na relação familiar.
Neste artigo, deixamos alguns pontos a considerar para manter o canal de comunicação aberto, mantendo o respeito mútuo e a confiança para o diálogo.
Estar disponível para ouvir
- Tenha em atenção os momentos em que o seu filho está mais disponível para falar – por exemplo, ao deitar, antes de jantar, em viagem no carro – e incentive o diálogo.
- Iniciei a conversa. Se o fizer, o seu filho sabe que você se interessa sobre o que está a acontecer na sua vida.
- Arranje tempo todas as semanas para desenvolver alguma atividade em conjunto com o seu filho e evite agendar outros compromissos durante esse tempo para que lhe possa dedicar toda a sua atenção.
- Conheça os interesses do seu filho – por exemplo, música, leitura e outras atividades favoritas – e demonstre o seu interesse em acompanhá-lo.
- Em vez de iniciar uma conversa com uma pergunta, comece por partilhar as suas ideias e o que tem pensado sobre o assunto.
Pratique a escuta ativa
O seu filho precisa de saber que está atenta. Que ouve e se interessa pelo que ele lhe tem a dizer e pelos seus sentimentos.
- Nos momentos em que o seu filho está a partilhar uma preocupação ou uma ideia consigo, pare o que está a fazer e dedique-lhe a sua atenção completa.
- Manifeste o seu interesse sobre o que o seu filho lhe diz sem ser intrusiva.
- Esteja aberta para ouvir o ponto de vista do seu filho mesmo que tenha dificuldade em concordar ou quando lhe custa ouvir as suas críticas e opiniões.
- Deixe o seu filho concluir as ideias e argumentos antes de responder ou contra argumentar.
- Reformule o que ouviu para se certificar que compreendeu o que o seu filho lhe quer realmente dizer e assim evitar equívocos e mal entendidos.
- Responda às questões do seu filho de modo adequado para que ele compreenda claramente o que lhe quer transmitir.
- Quando discordar ou em situação de conflito, mantenha a calma e não se coloque na defensiva. Se o fizer, o seu filho vai perceber essa atitude e reagir da mesma forma.
- Expresse a sua opinião de forma clara e inequívoca. Desde que haja respeito pela opinião de cada um e um diálogo franco e aberto, não há motivo para não mostrar discordância.
- Não dê azo a discussões sobre quem está certo ou errado. Apesar de não concordarem, não deixe de explicar os seus motivos e de dar a sua opinião.
- Quando conversa com o seu filho, concentre-se nos sentimentos da criança e não nos seus. Só assim poderá compreender os motivos e ser verdadeiramente empática.
A reter:
Pergunte ao seu filho o que espera de si ou o que precisa quando conversa consigo: um conselho, desabafar ou conversar sobre algo que o preocupa, ajuda para lidar com os seus próprios sentimentos ou para resolver um problema.
As crianças aprendem por imitação. Na maioria das vezes, elas vão seguir o exemplo dos pais na forma como estes lidam com sentimentos como raiva ou frustração, no modo como enfrentam e resolvem os problemas e nas estratégias que utilizam para lidar com sentimentos difíceis.
Converse com o seu filho – sem sermões, criticas, ameaças ou discursos ofensivos. As crianças aprendem a partir das suas próprias escolhas e opções. Desde que as consequências não sejam perigosas, não se sinta obrigada a intervir.
Tente compreender quando o seu filho lhe está a dizer apenas uma pequena parte daquilo que realmente o preocupa. Ouça atentamente o que ele lhe diz, atente à sua linguagem corporal, incentive-o a falar, conquiste a sua confiança e ele acabará por encontrar espaço e vontade de partilhar tudo consigo.
Fonte consultada: American Psychological Association [em 12 de junho de 2016]