A forma como se lida com os erros dos filhos depende muito da educação dos pais e da sua formação emocional, psicológica e até religiosa e cultural.
Estabelecer regras e limites
Impor limites, saber quando dizer “não”, não é castigar. É educar. Educar com responsabilidade, equilíbrio emocional, de modo justo, afetuoso e paciente. Não deixar que as nossas próprias frustrações, angustias, medos e ansiedades se reflitam e condicionem o modo como nos relacionamos com as nossas crianças e dominem os nossos comportamentos.
Conversar com a criança sobre os limites do seu comportamento, de modo adequado ao seu desenvolvimento, tranquilamente, para que compreenda clara e objetivamente a mensagem que lhe quer transmitir, é uma forma de a educar desde cedo para aquilo que pode ou não fazer.
Estabelecer regras evita confrontos diretos, chantagens emocionais, descontrolo emocional dos pais, com consequentes comportamentos de que nem sempre se orgulham, e que não contribuem para a formação da criança nem para que esta aprenda a comportar-se em casa, na escola e em sociedade.
Ser coerente
Quando os pais não definem entre si os limites a colocar ao comportamento do filho e não os transmitem claramente à criança, quando pai e mãe não atuam de modo constante e consistente entre si e face a determinado comportamento, a criança não consegue construir um referencial de normas pelo qual se possa guiar e aprender a regular o seu comportamento.
Ser paciente e amoroso
Educar uma criança exige, a cada momento, paciência suficiente para lhe ensinar o que pode e o que não pode ser feito. Manter a calma é fundamental para que se estabeleça um canal de comunicação franco e efetivo. Para conquistar a confiança.
Falar com firmeza, suavidade e perseverança é importante não só para manter uma relação positiva entre pais e filhos mas também para que as crianças compreendam os motivos dos pais com calma e tranquilidade e assim assimilarem os ensinamentos que lhe estão a ser transmitidos.
É importante relembrar que o comportamento é que deve ser censurado, não a criança. E que, muitas vezes, as crianças agem de determinada forma porque não foram educadas a fazer de outra maneira. Cabe, assim, aos educadores definir regras razoáveis num ambiente afetuoso e de respeito mútuo.
No seu livro “Lidando com Crianças, Conversando com os Pais”, o pediatra José Martins Filho afirma “O pior que pode acontecer para uma criança é quando o pai é rigoroso e a mãe é muito condescendente ou vice-versa. É um caminho para deixar uma criança ansiosa, angustiada, dividida e insegura.” acrescentando “A educação ideal não existe; a maneira de lidar com uma criança, educa-la, orientá-la depende de cada família e da forma de ver a vida. Uma coisa é certa: os pais têm de estar de acordo, tomar atitudes parecidas e estabelecer limites com os quais tenham previamente concordado. A frase que me parece correta para estes casos é: firmeza com suavidade e amor!”