Novo estudo indica que pais frios, distantes, agressivos e irritados criam filhos problemáticos, o que se reflete na sua saúde mental em todas as fases do seu desenvolvimento e, também, na vida adulta.
Mais da metade dos bebés e crianças mostram múltiplos riscos de doença mental em adultos.
Uma em cada sete crianças dos 4 aos 13 anos apresentam “problemas psicológicos clínicos“, incluindo depressão.
Pais agressivos, bullying , falta de carinho e de afetos são os principais gatilhos para os problemas de saúde mental nos adultos.
Estes são os resultados do estudo “Quantas crianças na Austrália estão em risco de doença mental em adulto”, publicado no Australian and New Zealand Journal of Psychiatry.
“Os riscos dos comportamentos negativos parentais foram altamente prevalentes entre os vários grupos etários” descobriu o estudo liderado pelo Centre for Population Health Research at the University of South Australia.
“Mesmo na infância, os fatores de risco para doenças mentais em adultos são altamente prevalentes, apresentando 51,7 por cento das crianças múltiplos riscos.”
A investigação baseou-se em dados do estudo desenvolvido pelo Governo Federal com 10.640 crianças australianas com idades compreendidas entre os 3 aos 13 anos de idade.
Em 10 crianças, uma nasceu de uma mãe alcoólica e uma em cada oito crianças de mães que fumaram diariamente durante a gestação.
Além disso, 10,5 por cento dos bebés e crianças são oriundas de famílias com pais divorciados, indicador que aumentou para 18 por cento em crianças dos 10 a 11 anos.
O diagnóstico de problemas psicológicos variou de 7,8 por cento para 9,7 por cento na faixa etária dos 4 aos 13 anos de idade.
Dois terços das crianças com idade entre os 12 e os 13 anos tem pais que apresentaram “baixa competência afetiva ou exibiram elevada hostilidade ou raiva”.
Em todas as faixas etárias, uma em cada sete crianças estão expostas a três ou mais factores de stress ou pressão.
Mais de 18 por cento das crianças entre os 8 anos a 9 anos, estão expostas a cinco fatores de risco.
Os pais super-protetores também são apontados como um factor de risco porque os seus filhos não aprendem a lidar com os problemas com a maturidade necessária.
O estudo aponta que 23 por cento das crianças que frequentam o primeiro ciclo têm pais super-protetores.
O estudo conclui que “será necessário [na Austrália] um considerável investimento em programas de apoio à saúde mental dirigidos a crianças e adolescentes e apoio complementar a famílias que apresentam elevados fatores de risco para doenças do foro mental”.