Durante a gravidez, o sistema imunitário da mulher sofre alterações que a podem deixar mais sensível a determinadas infeções. As infeções na gravidez são potencialmente perigosas para o desenvolvimento fetal e afetar a função da placenta.
Como prevenir infeções na gravidez
De acordo com a Direção-Geral da Saúde “Embora não se conheça exatamente o mecanismo pelo qual certas bactérias, vírus e protozoários atuam na gravidez, sabe-se que a infeção materna tem um grande potencial de envolvimento fetal e pode ser causa de aborto, nado-morto, malformação congénita, atraso de crescimento intrauterino, rotura prematura de membranas, parto pré-termo e infeção neonatal.
Se o diagnóstico precoce e correto e o tratamento atempado contribuem para reduzir o risco daquelas complicações, fazendo diminuir a morbilidade e mortalidade perinatal e infantil, a prevenção é, sem dúvida, o meio mais simples e eficiente de o fazer. Prevenir as complicações é, antes de tudo, evitar as doenças.”
Prevenção de infeções na gravidez
A Organização Pan-americana da Saúde e a Organização Mundial da Saúde estabeleceram em 2010, um conjunto de medidas universais para promover a saúde da mulher grávida e prevenir as infeções na gravidez:
Exposição a adultos com sintomas respiratórios ou similares a gripe
- Evitar a proximidade ou contacto íntimo com adultos portadores de doenças contagiosas, com febre ou que tiveram febre recentemente;
- Lavar as mãos frequentemente e, quando possível, esfregar as mãos com álcool em gel depois de dar a mão a uma pessoa e antes de comer.
Exposição a contacto sexual
- Abstinência sexual (oral, vaginal ou anal) exceto se for com um parceiro estável que não seja portador de doenças contagiosa, com uma relação de longo prazo e mutuamente monógama;
- Os espermicidas vaginais que contêm nonoxynol-9 (N-9) não são efetivos para a prevenção de doenças contagiosas;
- Usar sempre preservativo masculino de látex colocado corretamente;
- Evitar sexo oral recetivo com um parceiro portador de herpes oral e relações sexuais no terceiro trimestre com um homem que seja portador de herpes genital.
Contacto com sangue
- Considerar os riscos associados às tatuagens e à colocação de piercings. Se os instrumentos estiverem contaminados com sangue de outra pessoa pode haver contágio;
- Não usar drogas injetáveis. Existe risco de infeção por seringas não esterilizadas ou compartilhadas;
- Não partilhar objetos de uso pessoal que se podem contaminar com sangue como as lâminas de barbear e as escovas de dente.
Crianças com sintomas respiratórios ou similares a gripe, ou erupção de pele ou se a criança tiver menos de 3 anos
- Lavar cuidadosamente as mãos com água corrente e sabão durante 15 a 20 segundos. Se na casa houver álcool em gel, usá-lo para esfregar as mãos depois de: exposição aos líquidos corporais da criança e da troca de fraldas, banho da criança, manipular roupa suja da criança, manipular brinquedos e outros objetos da criança.
- Evitar contacto próximo ou íntimo com a criança como, por exemplo: beijar na boca ou nas bochechas, dormir juntos, usar a mesma toalha ou a mesma esponja de banho, etc..
- Evitar contacto com a saliva da criança no momento da alimentação;
- Evitar beber usando os mesmos utensílios (copos, chávenas, colheres, etc.).
Alimentos e água: consumo, manipulação ou processamento
- Evitar o consumo de carne crua ou mal cozida de cordeiro, porco, vaca, frango ou galinha;
- Ferver a água quando preparar comidas pré-cozinhadas;
- Verificar a validade e a higiene de produtos alimentícios perecíveis e de comidas preparadas;
- Não consumir produtos lácteos não pasteurizados, inclusive queijos cremosos;
- Consumir patês, carnes processadas e produtos defumados, somente se estiverem enlatados ou em embalagens que garantam a sua estabilidade;
- Descascar ou lavar cuidadosamente frutas e vegetais crus para retirar a terra;
- Lavar as mãos, facas e tábuas de carne depois de manipular alimentos crus ou o líquido das suas embalagens;
- Lavar as mãos cuidadosamente depois de manipular carne crua;
- Cozinhar carne (carneiro, porco, frango, galinha e vaca), até perder a cor avermelhada;
- Evitar água não tratada.
Ambiente: manipulação de terra e animais
- Usar luvas quando fizer jardinagem ou trabalhar com terra;
- Evitar mexer na caixa sanitária do gato, mas se for necessário, usar luvas e lavar as mãos imediatamente depois;
- Durante a gravidez, se for possível, manter o gato fora de casa e não alimentá-lo com comida crua;
- Cobrir a caixa de areia das crianças quando não estiver em uso (os gatos podem utilizá-la para urinar e defecar);
- Trocar a areia da caixa sanitária do gato diariamente.
Ambiente: proteção contra insetos
- Usar sempre mosquiteiros tratados com inseticidas nas áreas onde a malária é endémica.
Risco ocupacional: creche, jardim de infância, instituições de saúde ou segurança pública
- Evitar trabalhar com crianças com menos de 3 anos de idade;
- Os profissionais de saúde e de segurança pública devem tomar sempre medidas de proteção individual e manipular sempre com muito cuidados os produtos de sangue, agulhas e outros objetos cortantes.
Adaptado de Organização Pan-americana da Saúde, 2010:9