As perturbações da ansiedade estão entre os mais comuns diagnósticos na população em geral, estimando-se que em alguns caso atinja os 20-25%.
Nas crianças a ansiedade também se manifesta, muito motivada pelo facto de esta lidar com grandes desafios no seu dia-dia, que a ajudam a crescer e a desenvolver-se.
Lidar com a ansiedade infantil
Lidar com a ansiedade pode ser um grande “quebra-cabeças”
Se já os adultos apresentam grande dificuldade na gestão desta emoção, nas crianças a dificuldade não será com certeza menor.
No entanto, nas crianças esta pode manifestar-se de maneira diferente, dependendo da idade, do seu grau de desenvolvimento o que pode não permitir que esta se consiga expressar da maneira mais eficaz para que muitas vezes os adultos a consigam ajudar.
Mas então como devemos lidar com a ansiedade infantil?
Uma boa avaliação que considere fatores como a sintomatologia, a personalidade da criança, a duração e intensidade (entre outros) serem essenciais para uma boa intervenção.
Contudo, ficam algumas sugestões que podem ajudar uma criança que sofra de ansiedade.
1. Prevenir
A prevenção é sempre a melhor “arma”.
Se por um lado devemos procurar ajuda aos primeiros sintomas para que a intervenção seja mais breve e eficaz evitando assim diagnósticos mais complicados, por outro, prever situações que possam colocar a criança em stress ou ansiedade fora do normal podem ser uma mais valia importante no seu controlo.
Com isto não estamos a dizer que devemos evitar que a criança se exponha a situações stressantes. Estas são também essenciais ao seu desenvolvimento. Devemos sim preparar (quando necessário) a criança para estas situações.
Se a criança tem o primeiro dia de escola para a semana, tenha em consideração que esse momento é importante para ela e como tal lhe gera ansiedade. Fale com ela e peça para ela falar consigo. Perceba as suas expectativas, os seus receios e medos.
“Desenrolar os novelos” ajuda por um lado a si (que adquire mais informações sobre o que a criança está a sentir) e por outro à criança que verbalizando sobre isso também a ajuda a raciocinar sobre o momento importante que aí vem.
2. Ser positivo
Não estamos aqui a falar dessa “invasão” de positivismo que tem inundado as redes sociais e os media, que muitas vezes é exacerbada, cria falsas expectativas e consequentemente uma gestão emocional difícil. No entanto, o ser positivo tem as suas vantagens.
Se a criança sofre de ansiedade, é normal que tenha uma visão mais negativa sobre o mundo do que seria expectável uma vez que esta não se reconhece (por exemplo) como capaz de lidar com determinada tarefa ou desafio.
Ser positivo com a criança promove assim uma mudança emocional relevante, proporcionando algum apoio que pode contribuir para que esta se comece a percepcionar como mais capaz de atingir os objetivos com que se depara.
3. Mudar
“Olha para o que eu digo, mas não olhes para o que eu faço”. Provérbio muito enraizado na nossa cultura e com um fundo de verdade nesta temática.
Muitas vezes a ansiedade em crianças é provocada (ou potenciada) pelo meio onde habita. Seja do ponto de vista genético (já que filhos de pais ansiosos têm maior tendência em sofrerem desta perturbação), seja do ponto de vista social.
As crianças são muito observadoras. Se o adulto é ansioso, ou reaje a determinada situação com determinado comportamento, a criança vai assimilar essas atitudes e começar a “praticar”as mesmas no seu dia-dia e nos seus próprios desafios.
Se as figuras de relevância que a criança segue mudarem para um comportamento mais tranquilo, positivo e menos stressante em relação aos desafios, a criança vai também “beber” desse conhecimento.
4. Procurar ajuda
Na dúvida devemos sempre procurar ajuda, exatamente para evitar que estados mais complicados da perturbação se desenvolvam.
Muitas vezes um pequeno sintoma pode não ser relevante, mas pode também ser um importante indicador ao qual seja necessário intervir.
Nada como tirar as suas dúvidas e anseios junto de um especialista, que poderá providenciar uma intervenção quando necessário bem como diminuir as suas preocupações sobre a criança e consequentemente os SEUS próprios níveis de ansiedade.