As sinéquias uterinas são “cicatrizes” (junções) que ocorrem no revestimento interno do útero em consequência de uma intervenção cirúrgica, processos infeciosos uterinos ou lesões uterinas, como no caso de um aborto clandestino.
Sinéquias uterinas, fertilidade e gravidez
O que são?
As sinéquias uterinas são a junção das paredes do útero pelo tecido fibroso. Estas “cicatrizes” reduzem a superfície do revestimento uterino constituindo uma causa possível de infertilidade feminina.
Podem ser responsáveis, segundo a gravidade, pela diminuição ou ausência de menstruação, menstruação dolorosa ou por uma esterilidade total ou sob a forma de abortos repetidos.
As sinéquias uterinas são classificadas em três estágios
- Sinéquias uterinas com aderências leves – membranas compostas por tecido do revestimento uterino, podendo ser parciais ou totais;
- Sinéquias uterinas com aderências moderadas – formadas por tecido fibromuscular ainda revestido por endométrio, caracteristicamente espessas, que podem obstruir a cavidade uterina de forma parcial ou total;
- Sinéquias uterinas com aderências graves – compostas apenas por tecido conetivo denso. Obstruem parcialmente ou totalmente a cavidade uterina.
Sinéquias uterinas e fertilidade da mulher
Quando ocupam parcialmente ou totalmente a cavidade uterina, as “cicatrizes” dificultam o percurso dos espermatozoides até as trompas, dificultando ou impedindo a fecundação do óvulo o que inibe a conceção (ver Conceção e gravidez: os primeiros dias da gravidez).
Causas da sinéquia uterina
As sinéquias uterinas resultam de destruição de áreas da mucosa do útero devido a vários fatores como:
- Traumatismo (curetagem abrasiva, por exemplo);
- Infeção (tuberculose genital);
- Endometrite pós-aborto (inflamação da membrana mucosa que reveste a parede uterina);
- Infeção uterina pós-aborto.
Sinéquias uterinas e gravidez
Um antecedente de sinéquias pode estar na origem, na gravidez, de certas complicações como:
- Descolamento da placenta;
- Inserção anormal da placenta (placenta prévia, placenta acreta);
- Aborto espontâneo ;
- Parto pré-termo (parto prematuro).
Diagnóstico
O diagnóstico é feito mediante histeroscopia – técnica complementar de diagnóstico que serve para observar os tecidos da parte interna do útero (endocolo e endométrio) bem como as características da cavidade uterina.
Tratamento
O tratamento é feito através de cirurgia (histerectomia abdominal). É colocado um dispositivo intrauterino para evitar que volte a ocorrer seguido de terapêutica com doses elevadas de estrogénio durante dois a três meses para estimular o pleno desenvolvimento do revestimento do útero nas zonas de ferida cirúrgica.