A rutura prematura de membranas ou “rutura da bolsa de água” (Corioamniorrexe Prematura) designa a situação em que a rutura de membranas ocorre antes do início do trabalho de parto. Quando tal acontece, o líquido amniótico contido dentro das membranas fetais é expulso através da vagina, podendo antecipar o nascimento do bebé e aumentando o risco de infeção uterina e fetal.
Numa situação normal, as membranas fetais – que se desenvolvem na gravidez com o objetivo de proteger o feto das infeções que podem atingir o útero através da vagina – rompem-se no decurso do trabalho de parto. Contudo, em cerca de 10% das gestações, as membranas rompem-se antes do início do trabalho de parto.
Rutura prematura de membranas
Sintomas da rutura de membranas
- Corrimento aquoso abundante;
- Perda súbita de líquido pela vagina.
Perante suspeita de fragilidade ou rutura de membranas, é feito um exame com espéculo para avaliar o grau de apagamento e dilatação cervicais (sinais do início do trabalho de parto) e outras eventuais complicações como o prolapso do cordão umbilical.
É realizada a análise das características do corrimento, nomeadamente, da sua cor, consistência, odor e quantidade (ver Como saber se estou a perder líquido amniótico?).
Complicações da rutura prematura de membranas
Se a ruptura das membranas for prematura, o parto provavelmente também o será (parto pré-termo ou parto prematuro). Para além do parto pré-termo, a rutura precoce das membranas poderá ter outras consequências como:
Complicações materno-fetais
- Maior risco de infeção uterina ou fetal (independentemente da idade da gravidez) apesar de a rutura das membranas não afetar a eficácia do rolhão mucoso caso este não seja expulso;
- O bebé pode não ter dado a volta (posição cefálica) e não estar na posição ideal para nascer por via vaginal (ver Quando é que o bebé dá a volta);
- Corioamniotite;
- Risco aumentado de descolamento prematuro da placenta.
Complicações fetais
- Septicemia do recém-nascido;
- Deformações fetais;
- Hipoplasia pulmonar (subdesenvolvimento de todos os elementos estruturais do pulmão – veias, parênquima, brônquios);
- Hipóxia fetal (ou sofrimento fetal causado por falta de oxigénio no útero);
- Doença da membrana hialina (ou síndrome de angústia respiratória).
Parto e rutura prematura de membranas
As membranas podem romper próximo da data prevista para o parto (às 37 semanas ou depois, o bebé é considerado de termo e está pronto para nascer a qualquer momento) ou antes dessa idade gestacional (considerada rutura prematura ou rutura pré-termo caso ocorra antes das 37 semanas).
Nas situações em que os pulmões do bebé estão maduros, o trabalho de parto pode ser iniciado artificialmente (parto induzido).
Depois da ruptura das membranas, as contrações podem começar em 12 a 48 horas se a gravidez for de termo (a partir das 37 semanas e 0 dias) ou em 4 dias ou mais se ocorrer antes das 34 semanas.
Quando o trabalho de parto é adiado
Se os pulmões não estiverem maduros o suficiente, o trabalho de parto é adiado. A mãe é internada para que possa ser devidamente observada e monitorizada.
A temperatura e frequência cardíaca são registadas periodicamente uma vez que o seu aumento pode ser um sintoma inicial de infeção. Caso esta se confirme, o trabalho de parto é induzido e o bebé nasce.
Quando a rutura é confirmada, são administrados antibióticos por via intravenosa / oral para ajudar a prolongar a gravidez e a reduzir o risco de infeções no recém-nascido.
Caso as membranas se rompam antes da 32ª semana, são administrados corticosteróides para ajudar os pulmões do feto a amadurecerem preparando-o para o nascimento.
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