Nanismo é uma condição que se caracteriza por uma deficiência no crescimento. As pessoas afetadas são mais baixas em relação à média da população com a mesma idade e do mesmo sexo. Considera-se “de baixa estatura” o homem que mede menos de 1,45 m e a mulher com uma altura inferior a 1,40 m.
Em termos de percentil, a medida corresponde a um percentil inferior a três na curva de crescimento estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ou menor que dois desvios-padrão abaixo da altura média prevista para a idade e género, na ausência de outras causas que justifiquem o atraso do crescimento.
Nanismo: causas, tipos e tratamento
Há muitos tipos de nanismo, classificados segundo parâmetros diversos. Quanto às dimensões corporais existem dois grandes grupos:
- Proporcional;
- Desproporcional.
1. Nanismo proporcional
a) O que o caracteriza?
Todas as partes do corpo são proporcionais entre si e em relação à altura da pessoa. Também designado por nanismo hipofisário ou pituitário devido às suas causas.
As crianças que sofrem deste transtorno, não crescem normalmente e permanecem pequenas e de rosto infantilizado. Como todo o organismo é afetado, tudo é proporcional, ou seja, tudo se encontra num tamanho reduzido.
Só muito raramente a inteligência é afetada e a pessoa pode ter uma excelente qualidade de vida. As maiores dificuldades serão mesmo a luta contra o preconceito e a discriminação social, e a adaptação a um mundo construído para “gente grande”.
b) Quais são as suas causas?
O crescimento é controlado por hormonas. O hipotálamo, no cérebro, produz o fator libertador da hormona do crescimento, que atua sobre a glândula hipofisária, situada na base do cérebro, e a estimula a libertar a hormona do crescimento, isto é, a somatropina. A somatropina, estimula o crescimento dos ossos e a calcificação da cartilagem de crescimento, um processo que leva ao endurecimento dos ossos.
No fim da adolescência, o crescimento pára, uma vez que aumenta a produção do fator inibidor da hormona do crescimento, o que inibe a libertação de somatropina. Se isto não acontecer, pode resultar dai um determinado número de afecções, incluindo o gigantismo. O nanismo é, pelo contrário, causado por insuficiência na produção da hormona de crescimento ou resistência do organismo face à ação dessa hormona, durante a infância.
c) Quais são os principais sintomas?
Como a principal causa deste tipo de nanismo é a insuficiência na produção da hormona de crescimento, os sintomas são evidentes desde os primeiros anos de vida. Muitos casos são diagnósticados pelo pediatra nas consultas de rotina. Os sintomas incluem:
- Crescimento inferior à terceira curva do percentil pediátrico;
- Desenvolvimento geral inferior à média das crianças da mesma faixa etária;
- Atraso no desenvolvimento sexual.
d) Existe tratamento?
Quando diagnosticado bastante cedo, pode ser tratado com êxito. Com a administração da hormona de crescimento, as crianças desenvolvem-se normalmente, atingindo a altura da média dos adultos.
2. Nanismo desproporcional
a) O que o caracteriza?
O tamanho do tronco é praticamente normal mas as pernas e os braços são curtos, a cabeça grande e as mãos pequenas o que dá uma aparência de desproporcionalidade.
b) Quais são as suas causas?
Também designado por displasia esquelética, este tipo de nanismo é causado por mutações genéticas (acondroplasia) que levam a que as diferentes partes do corpo cresçam de maneira desigual.
c) Quais são os principais sintomas?
Tendo como causa alterações na formação da cartilagem mas, também, mutações nos cromossomas ou má-nutrição, os sintomas incluem:
- Baixa estatura;
- Malformações na coluna;
- Pernas e braços curtos especialmente se comparados com o tamanho normal do tronco;
- Mãos pequenas;
- Dedos curtos e grossos;
- Dificuldade em dobrar o cotovelo;
- Pés planos, pequenos e largos;
- Arqueamento das pernas;
- Cabeça grande (macrocefalia);
- Testa proeminente e achatamento na parte superior do nariz;
- Protusão da mandíbula;
- Desalinhamento dos dentes.
d) Existe tratamento?
O tratamento deste tipo de nanismo limita-se a aliviar algumas complicações possíveis como deformidades esqueléticas como pé torto.
A utilização de cirúrgicas para alongamento dos ossos, embora possível, é um procedimento controverso pelos riscos envolvidos e pelo longo período de recuperação.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através da análise de radiografias do esqueleto. Também é possível o diagnóstico pré-natal realizado por ecografia e confirmação por testes de ADN em células do líquido amniótico (amniocentese).
As crianças afetadas por este transtorno são observadas regularmente para diagnóstico atempado de eventuais complicações e início do tratamento adequado.