Academia Americana de Pediatria divulga novas recomendações para combater a obesidade infantil.
A obesidade tornou-se nos últimos anos um grave problema de saúde pública, com um aumento progressivo da sua prevalência a nível mundial. De acordo com a Sociedade Americana de Pediatria, as crenças e atitudes, o exemplo e o estilo de vida dos pais são essenciais para a promoção de uma atitude saudável das crianças face às suas próprias opções alimentares.
Os primeiros anos de vida são críticos para o desenvolvimento da preferência por alimentos e sabores, para a capacidade de auto controle na ingestão de alimentos, para a transmissão de valores e atitudes familiares face à comida e hábitos de vida saudáveis influenciando o estilo de vida e a forma como a criança perceciona e se relaciona com a comida por toda a vida.
O excesso de peso nos primeiros meses de vida tende a aumentar o risco de excesso de peso na infância, e esse risco parece aumentar com a idade. Aos 4 ou 5 anos de idade, a obesidade é preocupante porque tende a persistir na adolescência e vida adulta.
Novas recomendações para combater a obesidade infantil
Uma vez que as crianças seguem o exemplo e o estilo de vida dos pais, cabe às famílias adotar uma atitude preventiva contra a obesidade infantil, atitude essa que se baseia na combinação entre uma dieta saudável, exercício físico e o exemplo parental.
1. As novas recomendações sugerem que o caminho para o combate à obesidade infantil começa nas atitudes, comportamentos e hábitos alimentares e no exemplo dos pais. Dieta saudável, exercício físico e exemplo parental são os três pontos basilares do combate à obesidade infantil.
2. Não comprar guloseimas e alimentos com excesso de gordura numa base regular. Este tipo de alimentos deve ser reservado para ocasiões muito pontuais, guardados fora do alcance das crianças e o seu consumo controlado.
3. Evitar oferecer refrigerantes à refeição e nos lanches escolares. A principal fonte de hidratação deve ser a água.
As crianças devem ser habituadas a consumir água sem açúcar e sem sabor desde o início da diversificação alimentar, aos 6 meses de idade. Outras opções são o leite natural e os sumos naturais, sempre sem adição de açúcar.
4. Se o seu filho lhe pedir um snack, ofereça uma opção saudável como uma peça de fruta ou um iogurte natural em vez de alimentos ricos em gordura e açúcar.
5. Televisão, tablets, telemóveis, ou equipamentos semelhantes, devem ser interditos à mesa e no quarto. Além de se perder a noção da quantidade que se come e de o alimento ser encarado como parte da recreação, permanecer em frente à televisão mais do que duas horas por dia e baixos níveis de atividade física podem ter efeitos negativos sobre a saúde óssea e cardiovascular, e possivelmente sobre a função cognitiva e o desenvolvimento sócio-emocional.
6. Incentive o seu filho para a prática de exercício físico regular. Se não tiver oportunidade de o colocar numa atividade estruturada, aproveite os fins-de-semana para sair e brincar ao ar livre.
Caminhar à beira mar, andar de triciclo ou de bicicleta, jogar à bola na praia, são apenas algumas opções para praticar exercício físico aproveitando o tempo livre com qualidade.
7. Aliado à alimentação e ao exercício físico regular, a qualidade do sono é imprescindível para manter bons níveis de energia e crescer com saúde. A criança deve seguir uma rotina do sono que lhe permita dormir o número de horas diário recomendado para a sua idade.
8. Se a criança tem excesso de peso, o apoio dos pais é essencial para recuperar a boa forma física. Cuidados redobrados com as compras, com a seleção e confeção das refeições, fazer exercício físico em conjunto e conversar calmamente sobre as consequências negativas da obesidade são algumas das estratégias a usar.