Cozinhar em casa é investir numa alimentação saudável. Cozinhar em família é investir em tempo de qualidade com os seus filhos!
A confeção das refeições pode ser um momento em família de autêntico convívio e partilha. Uma forma de criarmos, de inventarmos, de darmos asas à imaginação.
As crianças adoram pôr a mão na massa, fazer experiências misturando ingredientes, mexer e adicionar condimentos, de dar forma às bolachas que vão ao forno, de decorar a sobremesa com frutas variadas e coloridas. De lavar as alfaces, de fazer espetadas de melancia, de mexer na farinha ou ajudar a separar as gemas das claras.
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Durante a semana, a refeição que mais partilhamos em família é, habitualmente, o jantar. Este momento pode ser visto como mais uma tarefa diária que é necessário realizar. Podemos olhar para ele como mais um fator de stress e preocupação. Ou então podemos vê-lo como um evento especial, prazenteiro, como um tempo dedicado a estarmos com aqueles que mais amamos. Onde conversamos, onde todos se divertem e partilham o que aconteceu durante o dia.
A cozinha é um excelente centro social onde a família se pode reunir. Onde podemos planear as refeições de toda a semana. Onde podemos dividir tarefas: uns descascam as batatas, outros fazem a salada, outros põem a toalha na mesa. Muitas casas fazem já da sala e da cozinha uma zona comum. Abdicam da porta e abrem o espaço, criando ilhas. É uma disposição que permite e convida à união. Vem de antigamente este hábito de se reunir a família à volta da mesa.
Além de contar ao seu filho como correu o seu dia, estará também a ensiná-lo a cozinhar, a dar-lhe responsabilidade. A fazê-lo sentir-se importante, incluído, valorizado. A criar um espaço para que lhe conte como correu o seu dia.
Cozinhar em casa é um investimento no bom relacionamento com o seu companheiro. Na boa relação com os seus filhos. E na relação consigo próprio. Porque o ato de cozinhar é semelhante ao ato de meditar. Ou de dançar. Cozinhar traz-nos para o momento presente. Num apelo a todos os nossos sentidos. À visão, à audição, ao tato, ao olfato, ao paladar. Quando despertamos todos os sentidos, enraizamo-nos no aqui e agora. Relaxamos, abandonamos os pensamentos e sentimos os cheiros, os sabores, as texturas.
Se levarmos esta experiência mais além, mais benefícios podemos retirar. Se olharmos para os alimentos de forma consciente, valorizamos o que nos vai alimentar. Sobretudo, agradecemos à Natureza tudo o que ela nos oferece. A forma como nutre o nosso corpo e as nossas necessidades de saciedade. A forma como cuida das nossas emoções e do nosso espírito. Porque os alimentos não influenciam apenas o nosso físico. Afetam também a forma como nos sentimos, a energia que temos, o estado de espírito.
Os antigos já diziam “somos o que comemos” e, hoje mais do que nunca, estamos atentos à nossa alimentação. Conhecemos bem a sua relevância na nossa saúde física, mental e emocional.
Escolhermos os produtos em família pode tornar-se um hábito. Elaborarmos em conjunto listas semanais, fazermos compras juntos na mercearia podem transformar-se em programas em família.
Mia Couto já diz que cozinhar é um modo de amar os outros. É um jeito de cuidarmos de quem amamos. Como servir um copo de vinho ao nosso companheiro, ou prepararmos um batido natural aos nossos filhos. É um hábito bem português reunir gente que se gosta à volta da mesa. E nesse tempo relaxar e conviver.
Vamos trazer esta alegria para a mesa da nossa família. Sem telemóveis ou outras distrações por perto, juntar a família à mesa cria conexão e proximidade entre todos. Estreita os laços dos afetos e do conhecimento. Faz-nos desligar de tudo que deixamos no exterior. Da azáfama dos dias. Uma verdadeira experiência mindful. Descontraia, agradeça e desfrute da companhia!