O primeiro amor chegou ao fim. Normalmente com contornos dramáticos e muitas vezes preocupantes para os pais que vêm o seu filho assolado por uma tristeza nunca antes vista. O fim do primeiro amor pode mesmo ser uma tragédia grega!
Se o seu filho adolescente está a passar por um processo destes não se sinta só. O fim do primeiro amor é muitas vezes marcante e custa a ultrapassar.
Não estamos aqui a falar de namoricos curtos ou vorazes que todos nós passamos durante o desenvolvimento, se bem que esses também podem ser marcantes.
Estamos a falar “daquele”. Da primeira relação que podemos considerar mais séria e que já exige algum grau de maturidade.
É nesta que o adolescente normalmente explora e experiencia sentimentos nunca antes percebidos sob a alçada dos pais.
É neste que muitas das vezes o salto para a independência emocional acontece com mais intensidade, ou pelo menos se desenvolve mais um pouco.
O primeiro amor pode ser muitas vezes traumático porque é um marco importante na nossa vida. Por isso é que grande parte de nós, adultos, nos lembramos dele em detrimento de o ter esquecido, como nos esquecemos de tantas outras vivências e experiência de vida.
O primeiro amor vai acontecer. Quer os pais queiram, quer não.
Vai também muito provavelmente acabar. Quer o adolescente tenha essa consciência, quer não.
Como ajudar então o adolescente a superar o fim do primeiro amor?
Infelizmente, não cabe aos pais muita coisa neste processo. Apenas apoiar quando necessário.
Muitas vezes esse apoio surge indirectamente, estando simplesmente presente.
“Deixa lá, não ligues a isso” ou “ele(a) já arranjou outra(o)” são frases proibitivas para quem está a passar por uma separação.
Desvalorizar não é opção. Ouvir atentamente sim, quando for preciso ou quando o adolescente pedir.
Fazer o luto da relação é importante e expressar os sentimentos como a tristeza e a saudade também. Deve ser-lhe dada essa abertura, não forçando obviamente.
Se as condições forem propícias, o ambiente em casa for calmo, seguro e acolhedor, será o próprio a procurar o apoio na família. No entanto não espere que ele lhe conte tudo. Há coisas que estão reservadas para os amigos.
Lembre-se que é a primeira vez que o adolescente está a passar por isso. Tudo aquilo que ele sente, provavelmente não tem termo de comparação que o ajude no encarar da situação com a experiência de vida dos adultos.
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Provavelmente acabará por ultrapassar, como grande parte de nós. Em todo caso procure ajuda se notar sinais de isolamento ou comportamentos agressivos que se prolongam durante um período de tempo fora do normal.
Esteja atento também a comportamentos estranhos nas redes sociais. É uma realidade intrínseca desta geração. O fim de um relacionamento passa também para as redes sociais. E o que está a acontecer por lá pode também ser importante valorizar.
A tristeza manifestada pelo fim da relação acabará por ser substituída por outros motivos, por outras experiências e outras pessoas.
No fim, a aceitação como um marco na vida acabará por acontecer, como lhe aconteceu a si, como aconteceu a grande parte dos adultos.