Os pais são os principais responsáveis pela educação das suas crianças e o seu exemplo serve de alicerce para a modelação do comportamento dos filhos.
Há muitas teorias que nos dizem como educar bem os nossos filhos. Mas, mesmo assim, não é fácil tomar certas decisões no dia-a-dia.
Todos sabemos que as crianças aprendem fazendo e imitando. E assim, aprendem as coisas boas e as menos boas. A forma como os pais encaram e se apresentam ao mundo influência de forma decisiva a personalidade e comportamento dos seus filhos.
As crianças aprendem por imitação. Os pais são o principal modelo que elas têm para perceber e interpretar o mundo que as rodeia. Educar as nossas crianças começa pela forma como, enquanto pais, nos posicionamos sobre os vários temas e exigências da vida.
A nossa atitude pessoal perante as várias circunstâncias, as nossas crenças e valores, a forma como nos dirigimos e consideramos os outros, o respeito pela diferença, o modo como demonstramos afeto e carinho, como educamos e falamos com os nossos filhos, a partilha das nossas experiências pessoais, dos medos, anseios e angústias.
Que tarefas podem as crianças desempenhar de acordo com a sua idade?
Para as crianças, é fundamental o sentimento de utilidade. O poderem sentir-se úteis. Pequenas tarefas podem ser atribuídas consoante a idade e as competências da criança.
Por volta dos 2–3 anos, levantar o próprio prato e coloca-lo na banca da cozinha é uma forma de ajudar e de adquirir, com pequenas tarefas, o sentido de responsabilidade.
A longo prazo, este envolvimento nas pequenas tarefas domésticas, dentro das possibilidades da criança, traz os seus bons frutos. Existem tarefas adequadas a cada faixa etária e outras que a criança não deve desempenhar por questões de segurança.
A criança pode ajudar a recolher a roupa suja e coloca-la na máquina mas não deve mexer no detergente, por exemplo.
Outra questão importante é não fazer pela criança o que ela pode fazer sozinha. O ganho da autonomia e responsabilidade são fundamentais. Assim como deve ter a possibilidade de escolher as tarefas que ficam à sua responsabilidade, também deve ter a oportunidade de as executar sozinha depois de as aprender a realizar.
Seguem-se alguns exemplos de pequenas tarefas em que pode envolver o seu filho, de acordo com a sua idade:
2-3 Anos
- Fazer a cama;
- Guardar roupas limpas;
- Arrumar os brinquedos;
- Ajudar a limpar a casa, recolhendo objetos desarrumados;
- Recolher e levar a roupa para lavar.
4-5 Anos
- Ajudar a pôr e a levantar a mesa;
- Regar as plantas;
- Dar de comer aos animais de estimação;
- Manter o quarto arrumado;
- Colocar a roupa e a louça na máquina;
- Juntar pares de meias;
- Limpar o pó;
- Ajudar a estender a roupa;
- Ajudar a arrumar as compras do supermercado.
6-9 Anos
- Ajudar a pôr e a levantar a mesa;
- Varrer o chão da cozinha;
- Separar a roupa por cor;
- Ajudar a preparar os alimentos para cozinhar;
- Tirar a louça da máquina;
- Limpar o pó e aspirar;
- Ajudar a arrumar as compras do supermercado.
10-12 Anos
- Fazer a cama e arrumar o quarto;
- Levar o lixo para o contentor;
- Recolher e colocar roupa suja na máquina;
- Apanhar e dobrar roupa;
- Arrumar a roupa nas gavetas depois de passada a ferro;
- Alimentar os animais de estimação;
- Aspirar o pó;
- Limpar a casa de banho;
- Participar na preparação das refeições;
- Ajudar a arrumar as compras do supermercado;
13 ou mais
- Pôr e levantar a mesa;
- Cozinhar;
- Limpar e arrumar o seu quarto;
- Arrumar a cozinha;
- Ajudar com irmãos mais novos;
- Ajudar a lavar o carro;
- Aspirar e passar a esfregona;
- Limpar o pó;
- Limpar a casa de banho;
- Tratar do lixo doméstico;
- Cuidar dos animais domésticos;
- Ajudar na limpeza e manutenção da casa e do jardim.
O mais importante na educação de uma criança é transmitir valores morais que servem para toda a vida com carinho, compreensão e conhecendo, a cada passo, aquilo que a criança é capaz de fazer.
Apoiar, estar presente, respeitar, orientar, ensinar a amar a vida e a si próprio e aprender a saber estar.
Ensinar a fazer e estimular a responsabilidade, sem recompensas. Só pelo prazer de ajudar, de se envolver e de aprender a desempenhar novas tarefas enquanto se diverte.
Pelo prazer de ver as coisas a transformarem-se e a acontecer porque se empenham e se importam. Sem o peso da obrigação mas porque é bom ajudar. Porque é positivo cuidar do espaço onde habitamos, das coisas e das nossas pessoas.