A falar é que a gente se entende! O desenvolvimento da linguagem
É frequente, os pais recorrerem à consulta de pediatria ou de psicologia pela imaturidade da linguagem oral, considerando motivo de preocupação os filhos não falarem corretamente: “ele fala muito mal…”, “ele fala pouco e o que diz não se percebe…”.
As primeiras palavras surgem por volta dos 12 meses e aos 18 a criança começa a formar frases juntando-as, tendo aos 4 anos um léxico alargado.
A linguagem oral surge na relação com o outro, através do uso e da necessidade de comunicar. Com alguma frequência, e pela vontade de atender ao pedido da criança, os pais oferecem imediatamente o que o filho aponta, não exigindo que se expressem corretamente, perpetuando uma interação que não exige a comunicação oral correta e frequente.
O treino melhora a função e por isso deve ser sempre exigido à criança que verbalize as suas necessidades e se o faz incorretamente os cuidadores devem insistir na correção do vocabulário; se a criança aponta para o copo e diz “agui” devolver com “o João quer água, vai beber água…” será uma boa opção.
Da mesma forma, sempre que a criança utiliza palavras infantilizadas bem como diminutivos, o adulto deve sempre corrigir permitindo a observação dos movimentos da sua boca. Todas as palavras inventadas devem ser evitadas na comunicação mesmo quando a criança as verbaliza enquanto brinca sozinha.
A estimulação da linguagem deve ser sempre espontânea, associada a situações do dia-a-dia e acompanhadas de movimentos expressivos que facilitem a compreensão. Cada progresso acompanhado de elogio é um forte estímulo à competência linguística.
Quando a criança entra para a pré-primária, o grupo de pares tem um papel preponderante no enriquecimento do vocabulário; frequentemente observa-se um desenvolvimento considerável na sua capacidade expressiva.