Aproveite bem o tempo livre do seu filho!
A atividade física é fundamental em todas as fases da vida e brincar é o principal meio de expressão durante a primeira infância.
Jogar, fazer de conta, brincar são fatores essenciais para o correto desenvolvimento cognitivo, motor e social da criança mas, também, para a aquisição de hábitos e estilos de vida saudáveis e para crescer com saúde e energia.
Atualmente, a insegurança, a ausência de espaços verdes e de lazer, a rigidez das rotinas e as responsabilidades do dia-a-dia, quer dos pais quer das crianças, fazem com que as atividades de tempo livre sejam cada vez mais diminutas e estruturadas, com dias e horas bem programados.
Jogar futebol na rua ou brincar no parque com os amigos deixou de ser, para muitas famílias, uma opção.
Segundo alguns autores, o atual foco no desenvolvimento das capacidades intelectuais da criança delegou para segundo plano a atividade física, apesar de os seus benefícios para o desenvolvimento integral da criança e aquisição de hábitos saudáveis serem bem conhecidos por profissionais, pais e educadores.
As atividades físicas são fundamentais para a evolução e aprendizagem de habilidades motoras e capacidades físicas, seguindo um aperfeiçoamento progressivo em termos quantitativos e qualitativos ao longo do crescimento. Para além disso, proporcionam uma aprendizagem lúdica de múltiplas competências que ajudam a desenvolver a capacidade de adaptação aos desafios físicos e sociais com que a criança se irá defrontar ao longo da vida.
Jogar/brincar é uma das formas mais comuns de comportamento durante a infância. As crianças não precisam de ter um muitos brinquedos, demasiado elaborados, dispendiosos e complicados. Os jogos mais simples e a companhia disponível de um parceiro de brincadeira podem ser muito mais estimulantes e compensadores para as crianças.
O papel do jogo no desenvolvimento cognitivo:
- Proporciona momentos informais de descoberta;
- Incentiva o desenvolvimento da capacidade verbal e das habilidades manipulativas;
- Incentiva a resolução de problemas;
- Desenvolve a criatividade;
- Desenvolve a capacidade de processar informação;
- Incentiva a procura de diferentes soluções para ultrapassar os desafios;
- Incentiva a autonomia da criança.
Jogar diferentes tipos de jogos com níveis de complexidade e desafios variados, provoca mudanças e evolução das operações mentais. Enquanto joga e brinca, a criança expressa-se e verbaliza novas formas linguísticas, desenvolve as competências motoras e apreende as regras da convivência social.
O jogo e as etapas do desenvolvimento
No primeiro ano de vida, a criança faz movimentos grosseiros de balancear e dar pontapés sem compreender exatamente o propósito ou objetivo desses movimentos.
Por volta dos 12 meses de idade, verifica-se uma acentuada transição cognitiva o que permite a aquisição de novos comportamentos. Com os primeiros passos, a criança melhora a sua mobilidade e torna-se num verdadeiro explorador. À medida que cresce, as capacidades motoras da criança aperfeiçoam-se e consegue dedicar-se a novas atividades que irão, por sua vez, estimular ainda mais o seu desenvolvimento.
Dos 12 meses aos 6 anos de idade, as competências motoras da criança estão no auge. Ao longo desta fase do desenvolvimento, adquire novas formas de expressão motora de forma sequencial: começa a andar, a saltar, sobe e desce escadas de forma mais ou menos autónoma, corre, anda de triciclo, mais tarde de bicicleta, …
Durante o 1º ciclo de escolaridade (dos 6 aos 10 anos), a atividade física espontânea diminui, centrando-se no tempo dos períodos de recreio ou em atividades físicas frequentadas no período extraescolar.
Por tudo isto, incentivar as nossas crianças a brincar, a jogar ou manter uma atividade física regular, seja ela espontânea ou estruturada, é uma excelente herança que podemos deixar aos nossos filhos para uma vida adulta mais saudável e satisfatória.