Muitos pais sofrem de ansiedade parental provocada, sobretudo, por comentários de pessoas conhecidas – ou estranhos – que decidem partilhar a sua opinião avisada sobre os bebés. Não poucas vezes, quando os pais trazem o seu bebé para casa, toda a gente parece subitamente especialista sobre tudo o que o envolve – menos eles.
– Que idade tem o seu bebé?
– 12 Meses.
– E já dorme a noite toda?
– Não. Não sei o que isso é desde que nasceu.
– O meu dorme 10 horas seguidas desde os 4 meses!
Certos comentários podem arrasar com a autoestima dos pais, mesmo os mais experientes. Quando são dirigidos a pais de primeira viagem, a sensação de insegurança que provocam é ainda mais preocupante.
Muitas vezes, a crítica desproporcionada e desajustada pode fazer com que os pais se sintam inseguros, levando-os a questionar as suas próprias capacidades parentais.
Muitos pais preocupam-se em saber se o seu filho é normal
Para certos pais, é muito importante obter a confirmação de terceiros sobre se estão a fazer tudo de forma correta e se o seu filho é uma criança normal.
Apesar de as tabelas de percentis, por exemplo, serem uma ferramenta útil para avaliar o desenvolvimento infantil, cada bebé é único e cresce ao seu próprio ritmo sem que isso signifique que haja algum problema de saúde ou do desenvolvimento.
O ganho de peso é um tema clássico capaz de provocar grande ansiedade parental. Perante certos sintomas, o pediatra pode chegar à conclusão de que o bebé não está mesmo a ser bem alimentado e recomendar, por exemplo, o complemento do leite materno com artificial. No entanto, esses casos são raros e devem ser diagnosticados por um especialista.
Pedir ajuda é visto como sinal de “incompetência”
Várias pesquisas têm sido realizadas com o objetivo de avaliar as reais dificuldades sentidas pelos pais.
Uma dessas pesquisas revelou que 90% das novas mães não está a ser sincera quando afirma “não sentir dificuldades” após o regresso a casa com o bebé. Outra pesquisa, por exemplo, revelou que 46% dos pais inquiridos não admite dormir com o seu bebé (co-sleeping) a familiares, amigos ou mesmo ao pediatra.
A maioria das mães mente sobre as dificuldades com que se deparam nos primeiros tempos com o seu bebé porque se sentem inibidas de assumir que precisam de ajuda para cuidar dele e da família.
Ainda assim, muitas mães afirmam não ter intenção de pedir ou aceitar ajuda de amigos ou familiares. Reconhecer essa necessidade e pedir ajuda pode ser entendido como um sinal de “incompetência” e de que não se consegue lidar com a pressão e exigências da maternidade.
7 Dicas para prevenir a ansiedade parental
1. Junte-se a um grupo de apoio
Pergunte ao seu pediatra se conhece algum grupo a que se possa juntar ou reúna o seu próprio grupo (com os pais do curso de preparação para o parto, por exemplo).
2. Finja-se de surdo(a)
Se alguém lhe dirigir um comentário negativo, ignore-o. Finja que não lhe foi dirigido, conte até 10 e relaxe.
3. Quando não os pode ignorar…
Agradeça o conselho e faça o que considera ser melhor para o seu bebé e para si.
4. Informe-se
Procure informar-se em sites fidedignos ou compre alguns livros de puericultura ainda antes do seu bebé nascer.
5. Veja no seu pediatra um aliado
Não tenha receio de partilhar dúvidas e pedir a opinião do seu pediatra. Não existem perguntas “menos inteligentes”. Em caso de receio sobre a saúde / bem-estar do seu bebé, ou dúvidas sobre como proceder, o seu médico é a melhor ajuda que pode receber.
6. Não caia na tentação de fazer comparações
Cada bebé tem o seu próprio ritmo de desenvolvimento, mesmo no ventre.
7. Seja paciente consigo
Ninguém nasce ensinado e, com certeza, há uma aprendizagem que se vai fazendo ao longo do tempo. Lembre-se: o seu bebé merece uma mãe e um pai felizes.
Conheça algumas regras que lhe podem ser úteis para as primeiras visitas ao seu bebé e como se preparar para dias tranquilos no regresso a casa no pós-parto.