As crianças e a mesa de Natal
Os mais pequenos são os maiores entusiastas nesta quadra, vibrando com a magia que os pais certamente se esforçam por manter. Contudo, é também importante manter algo que se tem perdido com a modernização: a tradição alimentar e socialização à mesa.
O Natal é assim uma excelente altura para fomentar estes valores que também têm sido associados a um estilo de vida mais saudável.
À refeição
Durante todas as refeições, e focando agora o Natal, a criança deve sentar-se à mesa e participar ativamente do convívio da família. Nesta quadra e na Consoada, os mais pequenos estão particularmente entusiasmados pelo que será uma boa altura para os deixar falar e partilhar os seus desejos e ideias.
Entenda-se assim que é importante que não deixe o seu filho comer no sofá ou ver televisão no decorrer da refeição.
O sofá não substitui a mesa e a televisão não substitui a família.
Adicionalmente, e no que respeita à comida, tente não ceder à tentação de mudar a sua ementa tradicional de Natal só porque o seu filho não a aprecia. Certamente que ele terá outros dias para comer os seus pratos preferidos (por exemplo, no seu aniversário).
Muitos autores têm reforçado o papel das tradições gastronómicas na nossa cultura e nas nossas memórias, sendo as de Natal um dos melhores exemplos e que deve com toda a certeza passar aos seus filhos.
Pratos de Natal
Quando se fala em pratos de Natal tendemos a focar-nos muito nos doces, esquecendo que muitos dos alimentos presentes na mesa de Natal se inserem num padrão alimentar saudável, devendo o seu consumo ser promovido nas crianças. Falamos do bacalhau e do peru, que são os reis da mesa, acompanhados geralmente por outros produtos nobres (e tão nossos!) como o azeite, a couve portuguesa e outros hortícolas.
- Sobremesas e doces
Quanto aos doces, embora possam ser fritos ou ter açúcar, o Natal não será certamente a altura ideal para os sacrificar.
Mais do que se preocupar com o que o seu filho come neste dia em particular, deverá promover uma alimentação e estilo de vida saudáveis ao longo do ano e ser um exemplo.
Dentro dos doces de Natal, e reforçando-se novamente as questões culturais, não deve tirar o lugar aos tradicionais como rabanadas, azevias, filhós, aletria. É também importante deixar que o seu filho participe na sua preparação (por exemplo, polvilhando-os com a tão natalícia canela), tornando o Natal numa experiência educativa.
Deve ainda manter a tradição dos frutos secos e da fruta fresca, como o ananás ou o melão, atendendo a todo o seu conteúdo em vitaminas e minerais importantes para as crianças.
Quanto aos chocolates, e dentro dos limites razoáveis, estes não devem ser proibidos no Natal. (Adicionalmente se tiver que comprar uma prenda para uma criança, e tendo em conta a abundância da época, resista aos pais Natal de chocolate e ofereça algo mais educativo: uns lápis de cor custam o mesmo e podem fazer sonhar muito mais).
Ressalva-se no entanto que, mesmo durante as festas, deve continuar a respeitar os horários das crianças, devendo também evitar que o seu filho coma chocolates e outros doces durante todo o dia, fora das refeições.
- Preparar a mesa
Os pais podem e devem envolver a criança nos preparativos do Natal.
Pedir ajuda ao seu filho para decorar a mesa de Natal é muito importante para a sua valorização pois a criança irá aprender que a mesa, tal como a árvore, é um símbolo da festa.
Adicionalmente poderá experimentar fazer cartões marcadores de lugar, deixando que o seu filho os decore e ajude a decidir os lugares. Para além de reforçar a importância da mesa, irá também valorizar cada membro da família e a própria reunião.
Lembre-se que toda esta partilha ajuda a criar uma atmosfera especial (ou até mágica) importante para o desenvolvimento infantil e para a formação cultural do seu filho. Mais, acredito que se pensar na sua infância certamente que perceberá que as memórias de Natal cultivam-se, e muito, com a alimentação e à mesa.