As interpretações erradas que os mais pequenos fazem das ações e atitudes dos pais
Guia prático sobre a forma com as crianças conseguem obter o que pretendem porque, muitas vezes, o que lhes explicamos e demostramos de forma paciente, clara e repetitiva é misteriosamente interpretado ao contrário!
- Provavelmente já leu uma infinidade de livros sobre parentalidade;
- Procurou, exaustivamente, em blogues, respostas para a infinidade de perguntas que terá sobre o seu pequenote de 2 anos;
- Martelou todas as mães que conhece com perguntas e recebeu uma variedade de respostas diferentes (e até contraditórias);
- Deu consigo a queimar os panados enquanto se encontrava em introspeção profunda em relação ao seu desempenho parental;
- Em plena rua deu com os outros transeuntes a olharem para si de forma muito estranha e apercebe-se que se encontrava a perguntar a si próprio, alto e a bom som e com um tom a roçar o desespero: ?mas o que é que estou a fazer de errado?!?
Existem guias de intruções para dispositivos complicadíssimos… mas não para os nossos bebés.
E o que funciona num dia poderá surtir o efeito diametralmente contrário noutra ocasião. E, muitas vezes, o que lhes explicamos e demonstramos de forma paciente, clara e repetitiva é misteriosamente interpretado ao contrário!
Ora vejamos algumas interpretações erradas que fazem os pequeninos.
1. A mamã/papá disse não?
Hummm…isso quer dizer que agora eu QUERO MESMO! Vou então, choramingar, chorar, berrar e espernear, especialmente se estivermos num local público.
2. A mamã/papá está ao telefone
Isso quer dizer fazer barulho para chamar a atenção, gritar, chamar, fazer acrobacias perigosas, arrancar as folhas à planta preferida da mamã, ou tudo junto. Se não funcionar, não há nada que uma boa birra não resolva!
3. Quanto mais alto a mamã/papá falam comigo…
… menos eu os consigo ouvir ou dar importância ao que me estão a dizer.
4. A mamã e o papá estão sozinhos no quarto
Isto quer dizer que é hora de os chamar repetidamente e até à exaustão, choramingar, atirar objectos para o chão ou contra a parede, partir a caneca preferida do papá e, em último recurso, birra!
5. Se eu adormecer após horas de tentativas falhadas pela mamã/papá…
… vou acordar miraculosamente pouco tempo depois e… exercitar a caixa torácica com uma sessão de choradeira! Melhor ainda se for durante a noite! Se a mamã/papá adormecer de cansaço, ajudá-lo (a) a despertar!
6. É hora de jantar
Devo proceder da seguinte forma:
a) Se for peixe, dizer que quero carne e vice-versa;
b) Se houver salada dizer que quero brócolos e vice-versa;
c) Se não houver sopa ficar com um desejo desesperado pela mesma mas, se me puserem um prato (de sopa) à frente, dizer que não gosto!
d) Se no entanto houver a perspetiva de um doce como sobremesa, reconsiderar todos os comportamentos anteriores.
7. Quando a mamã/papá dizem vamos dormir a sesta?
Isso quer dizer tornar-me na criança mais doce e irresistível deste hemisfério e começar a brincar de forma calma. Se mesmo assim me obrigarem a fazer a sesta, recorrer ao fluxograma da birra (choramingar, chorar, berrar, espernear, perder o controlo total sobre as minhas cordas vocais e extremidades).
8. Quando a mamã/papá dizem hora da caminha?
Isso quer dizer que tenho MESMO que acabar a brincadeira que estava a fazer, preciso de fazer xixi, cocó, xixi outra vez, o cocó que falta, ter uma fome repentina, sede, pedir leite, e fazer todo o tipo de perguntas que não tive “tempo” para fazer durante o dia inteiro.