Branca de Neve e os Sete Anões, conto de Jacob e Wilhelm Grimm
A história de Branca de Neve e os Sete Anões premeia a bondade e pureza de coração.
Este popular conto demonstra que é muito melhor a bondade do que a maldade, a inveja e o ciúme.
A bondade é personificada por Branca de Neve, uma jovem e bela princesa. Branca de Neve encarna a puberdade, o desejo sexual, a tentação.
A maldade, inveja e a vaidade são personificados pela nova rainha, que é também madrasta de Branca de Neve.
O conflito entre a madrasta e a Branca de Neve surge por inveja, quando a beleza da juventude se impõe. A rainha era considerada a mais bela do reino. Este facto era comprovado diariamente por ela pois perguntava ao seu espelho mágico quem era a mais bela.
Entretanto, a beleza da rainha é ultrapassada pela beleza da juventude de Branca de Neve, causando conflito por parte da rainha.
“Espelho, espelho meu…”
Há muito, muito tempo, havia um rei que vivia num reino distante, com a sua filha, que se chamava Branca de Neve. A rainha tinha morrido. Como se sentia só, o rei voltou a casar, achando que também seria bom para a sua filha ter uma nova mãe.
A nova rainha era uma mulher muito bela mas também muito má. Além disso, não gostava de Branca de Neve. A menina, além de ter muito bom coração, quanto mais crescia, mais bela se tornava.
A rainha malvada tinha um espelho mágico, ao qual perguntava, todos os dias:
– Espelho meu, espelho meu, existe alguma mulher mais bela do que eu?
E o espelho respondia:
– Não minha rainha, és tu a mulher mais bela!
Mas uma manhã, ao perguntar o mesmo de sempre ao seu espelho, este respondeu:
– Tu és muito bonita minha rainha, mas Branca de Neve é agora a mais bela!
A fuga
Enraivecida, a rainha ordenou a um dos seus servos, um caçador, que levasse Branca de Neve até à floresta e a matasse. Depois deveria arrancar-lhe o coração e trazê-lo de volta à rainha, como prova.
Contudo, o caçador teve pena da Branca de Neve e não teve coragem de a matar. Disse então à princesa para fugir em direcção à floresta e nunca mais voltar ao reino. Depois matou um animal selvagem e levou o coração do mesmo à rainha.
Já na floresta, Branca de Neve correu para longe. No caminho, conheceu alguns animais, os quais se tornaram seus amigos. Também encontrou uma pequenina casa e decidiu ir lá bater à porta. Como ninguém respondeu e a porta não estava fechada à chave, entrou.
A casa era diferente, muito pequena. Branca de Neve encontrou lá sete caminhas, todas muito pequeninas, assim como as cadeiras, a mesa e tudo o mais que se encontrava na casa. Viu também que a casa estava muito suja e desarrumada, e então decidiu limpá-la e arrumá-la.
Quando terminou o trabalho, como estava muito cansada, deitou-se nas pequenas camas, que colocou todas juntas, e adormeceu.
A casa era de sete anões que viviam na floresta. Os anões passavam o dia fora de casa porque trabalhavam numa mina.
Branca de Neve conhece os Sete Anões
Ao anoitecer, os sete anões regressaram à sua casinha, onde tiveram uma enorme surpresa. Era Branca de Neve que estava a dormir tranquilamente nas suas caminhas. Foi o alvoroço. Com tanto alarido feito pelos anões, Branca de Neve acordou, espantada e rapidamente se apresentou:
– Desculpem ter entrado nas vossas casas. Eu sou a Branca de Neve.
E após alguma desconfiança, os sete anões, acabaram também por se apresentar:
– Eu sou o Feliz!
– Olá! Eu sou o Atchim e este é o Miudinho.
– E eu sou o Sabichão e estes são o Dorminhoco e o Envergonhado.
– Boa tarde Branca de Neve, eu sou o Rezingão!
– Prazer em conhecê-los. Respondeu Branca de Neve, e logo contou a sua triste história. Os anões tiveram pena da menina. Alem disso, ficaram muito gratos pela limpeza e arrumação que ela tinha feito à sua casinha. Assim, convidaram Branca de Neve a viver com eles e ela aceitou, prometendo-lhes que tomaria conta da casa deles.
A rainha má descobre que Branca de Neve está viva
Entretanto, muito contente, a rainha má, voltou a perguntar ao seu espelho mágico, quem era a mulher mais bela. Através da resposta do espelho descobriu que Branca de Neve estava viva e que vivia na floresta com os anões.
Então, furiosa, vestiu-se de senhora muito velha e feia e foi ter com Branca de Neve. Com ela levou um cesto de maçãs, no qual tinha colocado uma maçã vermelha que estava envenenada!
Bateu então à porta da casinha dos sete anões. Quando viu Branca de Neve, cumprimentou-a gentilmente, e ofereceu-lhe a maçã que tinha veneno.
Ao trincá-la, Branca de Neve caiu, e ficou como se estivesse morta. A malvada rainha fugiu e, avisados pelos animais do bosque, os sete anões regressam apressadamente a casa. Quando chegara, encontraram Branca de Neve caída no chão.
O príncipe
Muito chorosos, os anões colocaram Branca de Neve numa caixa de vidro, rodeada de flores.
Estavam todos a chorar, em volta de Branca de Neve, quando surgiu, no meio do bosque, um príncipe no seu cavalo branco. Ao ver Branca de Neve, o príncipe apaixonou-se por ela de imediato e, num impulso, beijou-a. Branca de Neve, como que por magia acordou imediatamente. Afinal estava viva!
Os anões saltaram de alegria e Branca de Neve ficou maravilhada com o príncipe!
O príncipe levou Branca de Neve para o seu castelo, onde casaram e viveram muito felizes para sempre.