Avaliação da dor nas crianças
As crianças diferem na forma como respondem a eventos dolorosos.
Aos fatores de variabilidade individual somam-se os fatores relacionados com o contexto da dor, pelo que a avaliação deve ser sempre multifacetada.
1. Orientações gerais
Considera-se como norma de boa prática na avaliação da dor:
a) Acreditar sempre na criança que refere dor.
b) Privilegiar a autoavaliação a partir dos 3 anos, sempre que possível.
c) Dar tempo à criança para expressar a sua dor.
d) Ter sempre presente o comportamento habitual da criança ou de uma criança sem dor da mesma idade.
e) Dialogar com a criança (a partir dos 3 anos) / pais/ cuidador principal, observar a criança e utilizar um instrumento de avaliação da dor.
f) Realizar a história de dor na admissão da criança ao hospital e na primeira consulta.
g) Manter o mesmo instrumento em todas as avaliações da mesma criança, exceto se a situação clínica justificar a mudança.
h) Utilizar de forma rigorosa as instruções metodológicas específicas de cada instrumento.
i) Em situação de dor intensa dar prioridade ao tratamento em detrimento da sua avaliação.
2. Orientações específicas: história da dor
Consiste na colheita de informação que permita orientar a avaliação e o controlo da dor utilizando todas as fontes de informação documentais disponíveis, aliada à observação e entrevista dos pais/cuidador principal e da criança a partir dos 3 anos.
Esta colheita deve ser realizada logo que possível considerando os seguintes parâmetros:
a) Características da dor (localização, intensidade, qualidade, duração, frequência e sintomas associados).
b) Fatores de alívio e de agravamento.
c) Uso e efeito de medidas farmacológicas e não farmacológicas.
d) Formas de comunicar/expressar a dor.
e) Experiências anteriores traumatizantes e medos.
f) Habilidades e estratégias para enfrentar a dor e outros problemas de saúde.
g) Comportamento da criança e ambiente familiar.
h) Efeitos da dor na vida diária.
i) Impacto emocional e socioeconómico.
Para saber mais consulte: Orientações técnicas sobre a avaliação da dor nas crianças.