Durante toda vida, o desenvolvimento é a palavra de ordem.
Em qualquer período que atravessamos, alguma coisa, por mais pequena que seja, está em desenvolvimento.
As experiências porque passamos diariamente nos obrigam a isso. Durante o nosso ciclo de vida vamos ganhando certas competências e perdendo outras também.
Nas crianças isso não é exceção, sendo que desenvolvem nos primeiros anos de vida inúmeras áreas e características que serão essenciais para que consigam crescer saudáveis.
Falamos da linguagem, das cognições de um modo geral, da capacidade de comunicação, da motricidade fina e de tantas outras.
Importante frisar que todas as crianças são diferentes e que umas têm mais apetência para certas atividades do que outras. Um exemplo que podemos enumerar é a apetência para o desporto (em que umas são melhores e outras piores) ou para a música (que exige outras competências, em que certas crianças revelam maior facilidade).
O neurodesenvolvimento é assim plástico e mutável, com variações de criança para criança e de idade para idade.
Quando são diagnosticadas perturbações que lhe estão associadas, falamos de uma situação que condiciona em grande parte a vivência da criança nos diferentes universos onde ela se insere, onde se inclui o social, escolar ou pessoal.
Nesse sentido, as perturbações do neurodesenvolvimento referem-se exatamente a algum défice em determinada área/competência a desenvolver na criança.
Normalmente surgem na primeira infância, salvo algumas exceções e que aufere esse condicionamento, ou essa dificuldade específica em determinada área.
O termo em si encerra um conjunto de perturbações que podem ser de inúmeras vertentes, tendo apenas em comum a existência um défice de carácter neurológico que condiciona (ou que possa condicionar) o desenvolvimento.
São exemplos de perturbações do neurodesenvolvimento (entre outras) as relacionadas com o espectro do autismo, as perturbações cognitivas aliadas à comunicação ou as mais frequente e conhecida perturbação da hiperatividade e défice de atenção.
Todas elas implicam um diagnóstico, de preferência da maneira mais precoce possível para uma intervenção adequada e eficaz.
A intervenção terapêutica normalmente inclui uma equipa pluridisciplinar, com vários profissionais com a Pediatria e a Psicologia a assumirem um papel muitas vezes central.
É importante que pais e restantes cuidadores estejam atentos e procurem ajuda especializada caso notem algo fora do normal com a criança.
Uma dificuldade em retribuir um sorriso, em verbalizar, palrar ou articular palavras, bem como comportamentos repetitivos, podem ser informações importantes para partilhar com um profissional de saúde, tirando dúvidas, tranquilizando a família e intervindo se for o caso.