O herpes genital é uma infeção causada pelo vírus herpes simplex 2 (HS2) e é uma das infeções de transmissão sexual mais comuns, transmissível por contacto direto. Apesar de não ter cura, o herpes genital tem tratamento. Conheça as formas de contágio, sintomas e como pode afetar a gravidez.
Herpes genital
O herpes genital tem a sua principal causa no vírus herpes tipo 2, agente responsável por infeções nos genitais e anûs (o herpes labial, por exemplo, é causado pelo vírus herpes tipo 1).
Transmissão e contágio do herpes genital
A transmissão do vírus herpes tipo 2 ocorre através do contacto com lesões ou secreções das zonas genitais afetadas, e tem um período de incubação de 3 a 7 dias.
Depois de a pessoa ter contacto com o vírus (infeção primária), este permanece latente no organismo podendo reativar-se por vezes indefinidas. Fatores como stress, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação podem provocar o reaparecimento dos sintomas.
O contágio pode dar-se através de relações sexuais (oral, anal ou vaginal) sem preservativo com uma pessoa infetada e entre mãe e filho durante o trabalho de parto.
Por ser uma doença muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene:
- Lavar bem as mãos;
- Evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas;
- Não furar as bolhas.
Sinais e sintomas
Os sintomas do herpes genital caracterizam-se pelo aparecimento de vesículas e lesões (bolhas) na área genital, quer dos homens quer das mulheres, acompanhadas por dor, prurido e ardor ao urinar.
As vesículas e lesões localizam-se, sobretudo, na parte externa da vagina e na ponta do pénis. Depois de algum tempo, o herpes genital pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.
Antes do aparecimento das bolhas, pode haver sintomas como formigueiro, ardor e comichão no local, além de febre e mal-estar.
Herpes genital na gravidez
O rastreio do herpes genital faz parte dos exames pré-natais?
O rastreio universal do herpes genital na gravidez não está recomendado (Direção-Geral da Saúde, 2013).
A mãe pode infetar o bebé durante a gravidez?
Sim, a mãe infetada com herpes pode transmitir o vírus ao seu bebé. O risco de transmissão para o bebé é maior no caso de infeção primária podendo ocorrer durante o parto e menos frequentemente na gravidez (infeção intra-uterina).
Como pode a infeção afetar o bebé?
A infeção no recém-nascido pode ter consequências graves afetando a pele, fígado e sistema nervoso central do bebé, situação muito grave que pode colocar em risco a sua vida:
- Infeção da pele, olhos e boca do bebé (45% dos casos);
- Infeção do sistema nervoso central do bebé, com ou sem afeção da pele, olhos e boca (30% dos casos);
- Infeção sistémica do bebé, envolvendo múltiplos órgãos (35% dos casos).
Herpes genital e parto
Para prevenção da infeção neonatal, aquando de uma infeção primária nas últimas quatro a seis semanas de gravidez e/ou na presença lesões genitais ativas, a maioria das indicações são para cesariana. Caso o recém-nascido apresente lesões contagiosas, fica em isolamento.
Prevenção do contágio na gravidez
A utilização do preservativo é a forma mais adequada de prevenção, embora não seja 100% eficaz. Outras medidas preventivas recomendadas durante a gravidez para evitar o contágio:
- Abstinência sexual (oral, vaginal ou anal);
- Usar sempre preservativo masculino de látex colocado corretamente;
- Evitar sexo oral recetivo com um portador de herpes oral e relações sexuais no 3º trimestre se o homem for portador de herpes genital.