O ano letivo, que está a começar durante estes dias, não vai incluir 244 milhões de crianças, na escola, entre os 6 e 18 anos, um pouco por todo o mundo. Este número consta do mais recente relatório da Unesco, o Relatório de Monitorização Global da Educação. A Unicef garante que a principal razão é a pobreza.
O número é considerado pelas organizações como “inaceitável”. Apesar de o valor ter diminuido muito, relativamente aos 600 milhões de crianças que estavam privadas de escola no ano passado, é importante recordar que, em 2021 os encerramentos estavam relacionados com as restrições impostas no âmbito da Covid-19.
A UNICEF recorda que a principal razão para a não-integração destas crianças no sistema de ensino é a pobreza, e que a educação é a única forma de combater este facto, criando uma oportunidade justa para estas crianças. Crianças que não frequentam a escola correm mais riscos de aumento de exposição à violência, de trabalho infantil e outros problemas sociais.
De acordo com o Relatório de Monitorização Global da Educação, mesmo entre as crianças que voltaram às aulas, há muitas que não estão a aprender o que podiam.
“Muitas das que o fizeram [voltar à escola] não estão a adquirir competências básicas” alertam os investigadores que elaboraram o relatório. Nos países com menores rendimentos, “7 em cada 10 crianças com 10 anos de idade não sabem ler um texto simples”.
No topo da lista de regiões com mais crianças que não voltaram à escola, surge a África subsaariana, com um total de 98 milhões. No segundo lugar da lista surge a Ásia central e de sudeste, com 85 milhões, depois a América Latina e as Caraíbas.
A Unicef refere também que, em Portugal, o número de crianças e jovens cujo direito à educação está em risco ronda os 6500.
23 de setembro 2022