No final da semana passada, a Agência Europeia do Medicamento (EMA), aprovou a administração da vacina da Moderna contra a Covid-19 para crianças e adolescentes entre os 12 e os 17 anos. O regulador europeu justificou a decisão com os dados dos estudos realizados em mais de 3700 crianças, que com a inoculação produziram o número de anticorpos esperado.
Os ensaios da vacina da Moderna para menores de 18 anos começaram no passado mês de março. No anúncio da aprovação da vacina, a EMA explica que “a utilização da vacina Spikevax em crianças dos 12 aos 17 anos de idade será a mesma que em pessoas com 18 ou mais anos de idade. É administrada como duas injeções nos músculos da parte superior do braço, com quatro semanas de intervalo”.
Na Europa a vacina da Pfizer/BioNTech era a única aprovada até ao momento, assim como nos Estados Unidos da América. A FDA, reguladora americana para medicamentos e alimentos, encontra-se considerar e avaliar a possibilidade de estender o uso da vacina Moderna para menores de 18 anos.
Tanto a EMA como o regulador norte-americano alertaram para o facto de as vacinas da Moderna e da Pfizer poderem estar ligadas a reações extremamente raras em adolescentes e jovens adultos, como dor no peito e inflamação do coração.
É esperada uma decisão dos EUA em breve. Especialistas de saúde norte-americanos como o imunologista Anthony Fauci e o presidente da Academia Norte-Americana de Pediatria, Lee Savio Beers, já assumiram que a vacinação de crianças não pode ser esquecida. Apesar de transmitirem menos o vírus, não estão 100% imunes aos efeitos da doença, nem ao facto de serem potenciais transmissores dentro das respetivas famílias.
O debate continua em cima da mesa. O baixo risco da letalidade da doença em crianças é a justificação encontrada por alguns para defender que a inoculação de crianças não é necessária.
26 de julho 2021