No sentido de conter a obesidade infantil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que se proíba a comercialização de alimentos não saudáveis dirigidos a crianças.
Na rotina apressada do quotidiano, os alimentos industrializados passaram a ser uma opção recorrente na alimentação das crianças. Ainda assim, muitos alimentos feitos a pensar nelas não são uma opção saudável e contribuem muito para o aumento dos números da obesidade infantil.
A OMS reconhece que a publicidade influencia bastante as preferências alimentares e os padrões de consumo da população infantil. Para a Organização Mundial da Saúde, regulamentar esse marketing deve ser uma prioridades para os governos.
Na Europa, a comercialização destes produtos foi reconhecida como um dos fatores de risco que contribuem para a obesidade infantil e para o desenvolvimento de doenças não transmissíveis.
Alguns governos já começaram a dar o exemplo: anunciou medidas como proibir a publicidade de alimentos não saudáveis dirigida a menores de 15 anos.
Os últimos dados do Estudo ALADINO 2019 trouxeram mais uma vez à tona a enorme incidência de obesidade infantil em Espanha. 40% das crianças entre os 6 e os 9 anos sofrem desta condição no país vizinho. Estima-se que destes, 60% irão continuar a ter excesso de peso quando forem mais velhos.
Um estudo desenvolvido em Espanha, que contou com mais de 3000 alimentos disponíveis naquele país, mostrou resultados preocupantes. Dos 563 alimentos destinados a crianças, 97% foram classificados como não saudáveis.
Para além disso, 62% dos produtos eram ricos em gordura, 59% em açúcares livres, 45% em gordura saturada e outros 45% em sal.
De acordo com a publicação The Conversation, os produtos destinados a crianças ou adolescentes apresentam pior qualidade nutricional do que os outros. Isso deve-se ao maior teor de energia, açúcares, sal e gordura saturada, e à também fraca presença de proteína e fibra.
Segundo a OMS, a promoção de alimentos e bebidas para crianças foca-se sobretudo em produtos ricos em gordura, açúcar e sal.
19 de novembro 2020