A Associação ZERO e o MESA (Movimento Escolas Sem Amianto), alertaram esta semana para a remoção incompleta de amianto de algumas escolas. Num comunicado enviado às redações, as duas entidades referem que o despacho do governo sobre esta questão ignorou a presença de “outros materiais que também contêm amianto” e que assim representam um risco para a saúde da comunidade escolar.
A Zero e o MESA chegam a defender que alguns dos materiais deixados nas escolas podem ser eventualmente mais perigosos. Foi dado especial foco às placas de fibrocimento.
Entre os materiais que podem conter amianto ainda existentes nos estabelecimentos escolares estão, segundo a Zero e o MESA, “mosaico vinílico, divisórias, teto falso” e outros artigos de construção que constam na lista da Autoridade para as Condições de Trabalho relativamente aos materiais potencialmente contendo amianto.
Íria Roriz Madeira, membro da Associação Zero, denuncia na nota divulgada pelo Expresso, que “temos recebido informação de laboratórios que estão nas escolas durante as remoções que encontram outros materiais contendo amianto e que notificam as entidades competentes, sendo que os materiais são retirados ou não mediante disponibilidade financeira.”
“Sabemos que existem outros materiais, simplesmente não estão listados, logo não estão a ser geridos ou monitorizados. Será necessário identificar a sua perigosidade para proteger os utilizadores”, acrescenta a porta-voz da Associação Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
As duas entidades recordam que a identificação dos materiais cabe aos laboratórios e não ao Governo, exigindo assim um novo levantamento rigoroso das condições existentes nas escolas. Defendem ser fundamental a total remoção do amiando, um material cacerígeno, das escolas portuguesas.
“A comunidade escolar está preocupada com esta situação e questiona-nos se existe risco de saúde na permanência nas escolas”, acrescentou na mesma nota, o fundador e coordenador do MESA, André Julião.
24 de fevereiro 2022