A UNICEF revelou no final da semana passada que o conflito na Ucrânia provocou mais de meio milhão de crianças refugiadas, no espaço de uma semana de guerra, desde que a Rússia invadiu o país há cerca de 10 dias. A agênciada Nações Unidas para a infância alerta para as consequências deste conflito para as crianças.
Afshan Khan, diretora regional da UNICEF para a Europa e Ásia Central referiu em comunicado que “o uso e explosivos nas cidades pode rapidamente transformar esta crise numa catástrofe para as crianças da Ucrânia. Não há operações armadas desta escala que não resultem em prejuízo para as crianças. As consequências serão trágicas”.
De acordo com a UNICEF, o conflito na Ucrânia já terá resultado na morte de 17 crianças e ferimentos em outras 30. A organização sublinha que estes dados são apenas os que as Nações Unidas podem verificar, alertando para o facto de que os números reais podem ser muito superiores.
A UNICEF referiu que o conflito obrigou à deslocação de uma parte significativa da população da Ucrânia, o que “poderá em breve constituir uma das maiores crises de refugiados da Europa desde a II Guerra Mundial”, tendo em conta os relatos de escolas, orfanatos e centros de saúde praticamente destruídos.
O comunicado já referido aponta que “centenas de milhares de pessoas estão sem água potável devido a danos nas infraestruturas de abastecimento de água, e muitas ficaram impedidas de aceder a outros serviços básicos como cuidados de saúde. O país está a ficar sem artigos médicos essenciais e foi forçado a interromper os esforços em curso para travar um surto de poliomielite”.
A UNICEF disse estar a intensificar a resposta às necessidades de crianças e das respetivas famílias que estão a atravessar as fronteiras ucranianas. Estão a ser criandos “espaços seguros” ao longo das rotas de trânsito para que crianças e mães ou acompanhantes tenham acesso a serviços básicos.
Tal como a organização Save the Children, a Unicef está a apoiar crianças ucranianas no país desde 2014: “nós abrimos agora uma resposta de emergência, com equipas móveis que apoiam as crianças que ficaram separadas das famílias, acolhendo-as e levando-as para zonas seguras onde, mais tarde, possam vir a reencontrar as suas famílias e, também para resposta a questões de saúde, como ferimentos e apoio psicossocial”.
Até ao momento, a Unicef diz que ainda não se sentem dificuldades na distribuição de ajuda humanitária na Ucrânia, mas pede apoio para conseguir continuar a ter os meios no terreno. Como disse Beatriz Imperatori, “vamos precisar de toda a ajuda e da colaboração de todos para conseguirmos ajudar estas crianças”.
7 de março 2022