Nas crianças, o novo coronavírus não se transmite da mesma forma que a gripe comum. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo no hospital Dona Estefânia, em Lisboa. Podem ser boas notícias, sobretudo em época de regresso às aulas.
Maria João Brito, infecciologista pediátrica no hospital lisboeta, sublinhou, durante o encontro no Infarmed, esta segunda-feira, com o presidente da República e o primeiro-ministro, que nem jovens nem crianças estão livres de contrair o vírus.
Contudo, a Covid-19 pode-se manifestar de forma diferente nos grupos etários. A especialista apresentou o estudo com base nos dados das crianças infetadas com o novo coronavírus, que passaram pelo Hospital Dona Estefânia – Centro Universitário Lisboa Central.
De um total de 285 pacientes em pediatria com Covid-19, 23% não apresentaram quaisquer sintomas.
Durante a intervenção, afirmou que o coronavírus “não se transmite da mesma forma que o vírus da gripe ou outros vírus respiratórios. Portanto, o encerramento das escolas que nos levou ao medo que se iniciasse a infeção a partir da criança para o adulto, que é o que acontece com a gripe, não parece realmente que seja o modelo que acontece”.
Em declarações recolhidas pela Agência Lusa, Maria João Brito afirmou que “abrir infantários é uma coisa, abrir secundários é outra e abrir faculdades é outra. Portanto, nas crianças muito pequeninas, realmente, a taxa de transmissão parece menor”.
Ainda assim, a especialista do hospital Dona Estefânia alertou que a transmissão do novo coronavírus em crianças, ainda permanece um enigma. Os cuidados a ter com outras infeções mais comuns no inverno continuam a ser cruciais.
“Embora não seja uma surpresa o impacto deste distanciamento social entre as crianças é impressionante, o número de coinfeções diminuiu bastante”, uma situação que a infecciologista assume poder mudar à medida que as escolas abrem e as aulas recomeçam.
De recordar que o encontro no Infarmed, juntou Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, assim como o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, líderes partidários, patronais e sindicais.
O ano letivo arranca oficialmente, no sistema de ensino público, entre 14 e 17 de setembro.