Praticamente todas as crianças até um ano de idade receberam todas as vacinas recomendadas em 2022. O Programa Nacional de Vacinação (PNV) atinge assim um nível de cobertura excelente, não só neste grupo etário, como também nos restantes.
Teresa Fernandes, coordenadora do PNV disse à Agência Lusa que “mesmo durante os anos da pandemia e agora (em 2022), em que estamos numa fase de normalização, continuamos com excelentes resultados no PNV, com excelentes taxas de cobertura”. Uma taxa que também ultrapassou os 80% nos adultos, em relação às vacinas recomendadas em 2022.
Os dados da Direção-Geral da Saúde, divulgados quando se assinala a Semana Mundial da Imunização, revelam que, durante o primeiro ano de vida, 98% a 99% das crianças foram vacinadas com todas as vacinas e doses previstas no PNV para essa faixa etária. A cobertura nas crianças até aos sete anos de idade também se revelou elevada, ultrapassando a meta dos 95% na maioria das vacinas, enquanto nos adolescentes ficou em mais de 90% e nos adultos acima dos 80%.
No que diz respeito à vacinação completa feminina com a vacina do HPV (papilomavírus humano), a taxa ultrapassou os 85% a partir do ano em que completam os 12 anos. Situação verificada mesmo durante a pandemia. Nos rapazes, a taxa de cobertura revela-se muito próxima da obtida no sexo feminino para a primeira dose.
De acordo com os dados de 2022 do PNV, a cobertura vacinal das grávidas, para proteger o recém-nascido contra a tosse convulsa, mantém também níveis elevados de cerca de 90%, sendo que com a implementação desta vacina em 2017, a incidência da doença desceu significativamente. O cumprimento da vacinação de reforço contra o tétano e a difteria ao longo da vida variou entre 97% para quem completou dois anos de idade, 83% para quem tem 45 anos, e 84% aos 65 anos.
Teresa Fernandes destaca a cultura vacinal que se verifica em Portugal, com a criação do PNV em 1965, que tornou a vacinação “acessível a todas as pessoas, qualquer que fosse a sua condição social e económica”.
A coordenadora do PNV adiantou que, ao contrário do que se verifica em muitos outros países, em Portugal não é necessário marcar uma consulta médica para se ser vacinado, além de que o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza uma rede de unidades para vacinar em todo o território.
27 de abril 2023