Na passada sexta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS), definiu um conjunto de procedimentos dirigidos aos médicos portugueses, que define o que fazer em casos suspeitos da hepatite aguda que tem afetado sobretudo crianças.
Estes procedimentos definidos pela DGS surgem depois do alerta emitido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o surgimento de casos de hepatite aguda em crianças sem causa ainda conhecida registados em vários países.
Os médicos portugueses são informados acerca dos sintomas mais comuns e evolução da doença. O quado clínico mais comum inicia-se com sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia e vómitos, seguindo-se de icterícia. Verifica-se também o aumento dos níveis de enzimas presentes no fígado: Aspartato Aminotransférase (AST) ou Alanina Aminotransférase (ALT).
Normalmente, o caso mais provável da doença cumpre quatro condições: os pacientes têm 16 anos ou menos de idade, apresentam hepatite aguda que não tem origem nos vírus A, B, C, D ou E, e registarem valores das enzimas acima referidas a partir de 500 UI/L.
Perante um caso suspeito, o médico que está a fazer o diagnóstico tem de comunicar o caso ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE). A informação será depois partilhada com a autoridade de saúde competente em cada território.
Portugal tem, até à tarde deste passado domingo, nove casos suspeitos de hepatite aguda. Três deles foram diagnosticados no Centro Materno Infantil do Norte (CMIN), em crianças com menos de um ano de idade.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) registou 228 casos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças em 20 países de várias partes do mundo, afastando, por isso, a sua ligação a uma área geográfica específica. No mundo já foram reportados 300 casos. Contabilizam-se cinco mortes associadas e 15 transplantes de fígado já realizados só nos EUA.
9 de maio 2022