Circulam nas redes sociais, imagens que estão a impressionar o mundo. Um agente da Guardia Civil espanhol resgata um bebé de apenas dois meses das águas agitadas do mar. O pai nadava exausto com o bebé nos braços, sem aguentar mais. Outros agentes, com a ajuda de voluntários da Cruz Vermelha espanhola, resgatam crianças de várias idades que tentavam chegar com as suas famílias a Ceuta.
Famílias inteiras de migrantes arriscaram as suas vidas para tentar chegar a Ceuta e entrar em território espanhol. Originários de Marrocos, os migrantes aproveitaram a abertura de fronteiras por parte de Marrocos. Desde segunda-feira têm-se registam números recorde de entrada de imigrantes ilegais em Espanha.
De cerca de 8 mil, metade já foram devolvidos a Marrocos. Permanecem em Ceuta as crianças, que por uma razão ou outra, não estão acompanhadas. Destes 8 mil, estima-se que cerca de 2 mil sejam crianças. As que ficam em Ceuta estão num armazém improvisado enquanto as redes de apoio, que colapsaram totalmente perante este fluxo migratório, se recompõem.
O jornal espanhol ABC conta que foram muitas as situações limite vividas, nestes dias, na fronteira, numa tentativa de ficar em território europeu. Nelas incluem-se pais que traziam filhos muito pequenos e nadavam com eles para tentar chegar à costa ou mulheres que mal sabiam nadar. Fotografias difundidas pelas agências de notícias, mostram migrantes em hipotermia a serem socorridos em ambulâncias, já em território espanhol.
O caso provoca ondas de choque já que Marrocos avisou que Espanha não deve subestimar o país. As entidades governativas espanholas prometeram uma resposta firme. que prometeu uma resposta “firme”. O vice-presidente da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, disse que o problema migratório entre Espanha e Marrocos é um problema da Europa e que o bloco europeu não se deixa intimidar pelo governo de Rabat.
20 de maio 2021