A Direção-Geral de Saúde (DGS) revelou hoje dados relativos ao Programa Nacional de Vacinação (PNV), implementado em Portugal há 55 anos. Apesar do contexto de pandemia durante o ano de 2020, 99% das crianças nascidas em 2019 receberam as vacinas recomendadas no PNV.
O relatório mostra também que 95% das crianças até aos 7 anos receberam todas as vacinas. A DGS indicou ainda que, ao atingirem 12 meses de idade, 84% das crianças foram vacinadas atempadamente. O Programa Nacional de Vacinação recomenda a vacinação precoce como método de prevenção.
O PNV vê comprovado o sucesso do programa ao longos dos seus 55 anos de existência. Segundo o documento, “a vacina contra o sarampo, a rubéola e a parotidite epidémica (VASPR) continua a cumprir todas as metas nacionais e internacionais do Programa de Eliminação do Sarampo e da Rubéola: mantém-se nos 99% aos 2 anos e nos 95% ou mais, a partir dos 6 anos, já com o esquema vacinal completo”.
Na vacinação contra o vírus do Papiloma Humano (HPV), o valor ultrapassar os 95% a partir dos 14 anos de idade. A DGS aponta ainda que a “cobertura vacinal da grávida, para proteger os seus bebés de tosse convulsa, continua muito elevada, estimando-se que este ano [2020] tenha chegado aos 90%.” Os valores relativos às vacinas contra o tétano e a difteria, o valor chegou aos 96% aos 14 anos e aos 80% aos 65.
À Agência Lusa, a diretora do PNV, Teresa Fernandes sublinhou a “excelente cobertura” das vacinas para as crianças até aos 7 anos de idade. Teresa Fernandes sublinhou ainda a importância de não haver atrasos na primeira dose contra o sarampo e contra a doença meningocócica C.
Segundo o boletim de avaliação do PNV relativo a 2020, apesar da vacinação recomendada até aos 12 meses continuar a ser cumprida, ainda há “uma percentagem importante” de crianças suscetíveis ao sarampo, rubéola, papeira e meningite C.
A este propósito, Teresa Fernandes chamou a atenção para o facto de o sarampo ser uma doença muito contagiosa. “Gostaríamos que as coberturas fossem mais levadas para evitar os surtos”, concluindo com a explicação de que a imunidade de grupo do sarampo se atinge aos 95% de cobertura.
“A pandemia fez-nos valorizar a vacinação como um meio de retomar as relações de proximidade entre as pessoas e o retomar da vida em sociedade, o que contribuiu para o reforço da tomada de consciência da real importância da vacinação no âmbito do PNV”, conclui o relatório da DGS, enviado às redações.
3 de maio 2021